Roma Antiga
Por: Juliana Bezerra / Professora de História
A cidade de Roma nasceu como uma pequena aldeia e se tornou um dos maiores impérios da Antiguidade.
Situada na Península Itálica, centro do Mediterrâneo europeu, Roma era o centro da vida política e econômica da região.
Fundação de Roma
A fundação de Roma está envolta em lendas. Segundo a narrativa do poeta Virgílio, em sua obra Eneida, os romanos descendem de Enéias, herói troiano, que fugiu para a Itália após a destruição de Troia pelos gregos, por volta de 1400 a.C.
Reza a lenda que os gêmeos Rômulo e Remo, descendentes de Enéias, foram jogados no rio Tibre, por ordem de Amúlio, usurpador do trono.
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Detalhe da pintura de Rubens que retrata Rômulo e Remo amamentados por uma loba
Amamentados por uma loba e depois criados por um camponês, os irmãos voltam para destronar Amúlio.
Os irmãos receberam a missão de fundar Roma, em 753 a.C. Rômulo, após desentendimentos, assassinou Remo e se transformou no primeiro rei de Roma.
Na realidade, Roma formou-se da fusão de sete pequenas aldeias de pastores latinos e sabinos situadas às margens do rio Tibre. Depois de conquistada pelos etruscos chegou a ser uma verdadeira cidade-Estado.
Monarquia Romana (753 a.C. a 509 a.C.)
Na Roma monárquica, a sociedade era formada basicamente por três classes sociais:
- os patrícios, a classe dominante, formada por nobres e proprietários de terra;
- os plebeus, que eram constituídos por comerciantes, artesãos, camponeses e pequenos proprietários;
- os clientes, que viviam da dependência dos patrícios e os plebeus, e eram prestadores de serviços.
Na monarquia romana, o rei exercia funções executiva, judicial e religiosa.
Era assistido pela Assembleia Curiata, que estava formada por trinta chefes de famílias do povo. Sua função mudou ao longo dos séculos, mas eram responsáveis por elaborar leis, recursos jurídicos e ratificar a eleição do rei. Em certos períodos a Assembleia Curiata deteve mais poder que o Senado.
O Senado, composto pelos patrícios, assessorava o rei e tinha o poder de vetar as leis apresentadas pelo monarca.
As lendas narram os acontecimentos dos sete reinados da época. Durante o governo dos três últimos, que eram etruscos, o poder político dos patrícios declinou.
A aproximação dos reis com a plebe descontentavam os patrícios. Em 509 a.C., o último rei etrusco foi deposto e um golpe político marcou o fim da monarquia.
República Romana (509 a.C. a 27 a.C.)
A implantação da república significou a afirmação do Senado, o órgão de maior poder político entre os romanos. O poder executivo ficou a cargo das magistraturas, ocupadas pelos patrícios.
A república romana foi marcada pela luta de classes entre patrícios e plebeus. Os patrícios lutavam para preservar privilégios e defender seus interesses políticos e econômicos, mantendo os plebeus sob sua dominação.
Entre 449 e 287 a.C. os plebeus organizaram cinco revoltas que resultaram em várias conquistas: Tribunos da plebe, Leis das XII tábuas, Leis Licínias e Lei Canuleia. Com essas medidas, as duas classes praticamente se igualaram.
Saiba mais sobre a República Romana.
A Expansão Romana
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Durante a Guerra Púnica foram utilizados elefantes como animais de combate
A primeira etapa das conquistas romanas foi marcada pelo domínio de toda a Península Ibérica a partir do século IV a.C.
A segunda etapa foi o início das Guerras de Roma contra Cartago, chamadas Guerras Púnicas (264 a 146 a.C.). Em 146 a.C. Cartago foi totalmente destruída. Em pouco mais de cem anos, toda a bacia do Mediterrâneo já era de Roma.
Crise da República
Na República romana, a escravidão era a base de toda produção e o número de escravos ultrapassava os de homens livres. A violência contra os escravos causou dezenas de revoltas.
Uma das principais revoltas escravos foi liderada por Espártaco entre 73 a 71 a.C. À frente das forças rebeldes, Espártaco ameaçou o poder de Roma.
Para equilibrar as forças políticas, em 60 a.C., o Senado indicou três líderes políticos ao consulado, Pompeu, Crasso e Júlio César, que formaram o primeiro Triunvirato.
Após a morte de Júlio César, foi instituído o segundo Triunvirato constituído por Marco Aurélio, Otávio Augusto e Lépido.
As disputas de poder eram frequentes. Otávio recebeu do senado o título de Prínceps (primeiro cidadão) foi a primeira fase do império disfarçado de República.
Império Romano (27 a.C. a 476)
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Mapa dos territórios dominados pelo Império Romano por volta de 70 d.C.
O imperador Otávio Augusto (27 a.C. a 14) reorganizou a sociedade romana. Ampliou a distribuição de pão e trigo e de divertimentos públicos - a política do pão e circo.
Depois de Augusto, várias dinastias se sucederam. Entre os principais imperadores estão:
- Tibério (14 a 37);
- Calígula (37 a 41);
- Nero (54 a 68);
- Tito (79 a 81);
- Trajano (98 a 117);
- Adriano (117-138);
- Marco Aurélio (161 a 180).
Leia também: Império Romano e Imperadores Romanos.
Decadência do Império Romano
A partir de 235, o Império começou a ser governado pelos imperadores-soldados, cujo principal objetivo era combater as invasões.
Do ponto de vista político, o século III caracterizou-se pela volta da anarquia militar. Num período de apenas meio século (235 a 284) Roma teve 26 imperadores, dos quais 24 foram assassinados.
Com a morte do imperador Teodósio, em 395, o Império Romano foi dividido entre seus filhos Honório e Arcádio.
Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, capital Roma, e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, capital Constantinopla.
Em 476, o Império Romano do Ocidente desintegrou-se e o imperador Rômulo Augusto foi deposto. O ano de 476 é considerado pelos historiadores o marco divisório da Antiguidade para a Idade Média.
Da poderosa Roma, restou apenas o Império Romano do Oriente, que se manteria até 1453.
Saiba mais em Sacro Império Romano-Germânico.
Curiosidades
- Devido à expansão territorial, durante o império, os romanos passaram a representar 25% da população mundial.
- Os canhotos eram vistos como pessoas de má-sorte e não confiáveis. Esta crença permaneceu até pouco tempo quando as crianças eram obrigadas a escrever com a mão direita.
- Os romanos prezavam muito pela higiene. As classes abastadas tinha água encanada em casa e os pobres possuíam fontes perto de suas residências. Igualmente, iam regularmente aos banhos públicos.
- A urina era aproveitada para diversos fins por conta do ácido e outros componentes: usavam para clarear os dentes, lavar a roupa e fazer moedas.
- ARTES
Arquitetura Romana
A Arquitetura Romana foi uma importante manifestação artística dos romanos, que privilegiavam as obras utilitárias e alcançaram grande eficiência na construção de aquedutos, banhos públicos ou termas, pontes, mercados, dentre outros.
A arquitetura romana também foi expressiva na construção de templos, palácios, pórticos, tribunais, mosteiros e igrejas.
A Arquitetura Romana foi uma importante manifestação artística dos romanos, que privilegiavam as obras utilitárias e alcançaram grande eficiência na construção de aquedutos, banhos públicos ou termas, pontes, mercados, dentre outros.
A arquitetura romana também foi expressiva na construção de templos, palácios, pórticos, tribunais, mosteiros e igrejas.
Características
A arquitetura romana, sofreu grande influência da cultura grega sendo caracterizada pelo luxo e pela grandiosidade.
Dos etruscos, os romanos herdaram a solidez das construções e dos povos italianos assimilaram a simetria e a harmonia resultante de formas regulares.
De tal modo, os romanos introduziram na arquitetura novos materiais, como o uso do cimento, e também novas técnicas.
O arco, desconhecido dos gregos, foi uma inovação dos romanos, utilizado sobretudo nas construções destinadas a comemorar as grandes vitórias militares.
Para saber mais: Roma Antiga
Arte Romana
A arte romana classificada em Arte da Roma Republicana (antes de 27 a.C.) e Arte da Roma Imperial (do ano 27 a.C. em diante), recebeu grande influência dos etruscos, povos que habitavam a região antiga denominada Etrúria. A sociedade etrusca floresceu na península itálica durante os 1 200 a.C. e 700 a.C..
Eles possuíam um alfabeto, arte e religião próprias, as quais foram sendo modificadas sobretudo, após a vitória dos romanos no século III a.C.
De tal modo, além da influência grega, a arte romana apresenta muitas caraterísticas que foram sendo incorporadas graças aos povos etruscos.
Escultura Romana
A escultura romana, realizada nos edifícios públicos e privados, retratava sobretudo, pessoas e figuras importantes como os Imperadores Romanos.
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Ela está intimamente relacionada com a arquitetura posto que enriqueciam os grandes templos, palácios, igrejas, aquedutos, através dos relevos escultóricos ou das esculturas propriamente.
Pintura Romana
A pintura romana foi muito diversa tanto na temática quanto nos materiais utilizados (pó de madeira, seivas de árvores, metais em pó, vidros pulverizados, dentre outros).
Os artistas romanos exploravam uma gama de temas: acontecimentos cotidianos e históricos; temas lendários e mitológicos, natureza-morta. Na pintura romana, merecem destaque os afrescos e a arte musiva (dos mosaicos).
Veja mais em: Arte Romana e Civilização Romana
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Exemplos da Arquitetura Romana
Por toda a extensão do Império Romano, importantes construções foram executadas, entre elas:
Coliseu
Anfiteatro do século I situado em Roma. Sua construção durou seis anos, iniciada no governo do imperador Vespasiano e concluída no governo do Imperador Tito.
O Coliseu é formado por um grande número de arcos redondos, suas paredes externas medem 46 metros de altura e são divididas em quatro pavimentos: três arcadas com colunas dóricas, jônicas e coríntias.
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Panteão
Templo dedicada a todos os deuses, situado em Roma. Destaca-se por suas grandes colunas e a enorme cúpula arredondada. O Panteão foi construído entre os anos 115 e 127 e encontra-se em perfeito estado de conservação.
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Arco de Constantino
O Arco Triunfal está localizado em Roma, próximo ao Coliseu. Foi construído no ano de 312 e inaugurado oficialmente em 315, com o intuito de comemorar a vitória de Constantino na Batalha da Ponte Mílvio, em 312 d.C..
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Fórum Romano
Localizado no centro de Roma, foi durante séculos o centro da vida pública de Roma. O Fórum Romano é atualmente uma extensa ruína cercada de várias outras construções.
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Aqueduto de Segóvia
Localizado em Segóvia, na Espanha, após mais de dois mil anos de sua edificação continua levando água à cidade, percorrendo uma distância de cerca de 16 km.
É o mais notável de vários aquedutos espalhados pelos países que, na antiguidade, pertenceram ao vasto Império Romano.
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