Religiões da Índia
Muitos pensam no hinduísmo quando pensam na Índia, mas a verdade é que 20% da população do país não são hindus. Quer dizer, tem uns 250 milhões de indianos que seguem outras religiões – mais que a população inteira do Brasil! As principais religiões da Índia (segundo o último censo indiano) são:
Hinduísmo: 79,8%
Islã: 14,2%
Cristianismo: 2,3%
Sikhismo: 1,7%
Budismo: 0,7%
Jainismo: 0,4%
Outra/nenhuma religião: 0,9%
Islã: 14,2%
Cristianismo: 2,3%
Sikhismo: 1,7%
Budismo: 0,7%
Jainismo: 0,4%
Outra/nenhuma religião: 0,9%
Apresentamos abaixo algumas informações sobre as diferentes religiões praticadas na Índia.
Hinduísmo
O hinduísmo é a terceira maior religião do mundo (depois do cristianismo e do islã). Uns 80% da população da Índia é hindu – quer dizer, a religião hindu é a maior religião da Índia, com mais de 900 milhões de adeptos no país. Fora da Índia, o hinduísmo também é a religião mais comum no Nepal.
Com um sistema diverso de crenças e literalmente milhões de deuses, o hinduísmo é uma religião muito complexa. A palavra “hinduísmo” abrange uma diversa gama de idéias e práticas religiosas.
Entre as escritas sagradas do hinduísmo estão os Vedas, os Upanishads, o Ramayana, e o Mahabharata. O famoso Bhagavad Gita forma parte do Mahabharata, que é considerado o poema mais longo que existe.
Segundo os Vedas, tem 330 milhões de deuses – mas os três mais importantes deuses hindus são Brahma, Vishnu, e Shiva. Muitos outros deuses hindus são simplesmente manifestações ou encarnações desses três.
Islã
Embora não seja uma religião indiana, o islã é a religião com o segundo maior número de seguidores na Índia – uns 14% da população do país. A versão do islã praticada pelos muçulmanos indianos geralmente é muito mais “relaxada” que as versões praticadas no Oriente Médio.
Mesmo antes da criação da religião islâmica nos anos 600, comerciantes árabes provavelmente já estavam chegando de barco para fazer negócios no litoral do que agora chamamos de Índia. Quando Maomé fundou a nova religião e os árabes se converteram, eles constituíram o primeiro contato do islã com o subcontinente indiano; alguns até estabeleceram comunidades lá. Mas o islã só chegou ao resto do país com as invasões de vários imperadores muçulmanos alguns séculos depois.
Durante muitos séculos, numerosos reis e imperadores muçulmanos invadiram e governaram diversos reinos no território que atualmente chamamos de Índia, cobrindo a maioria do subcontinente no seu auge. Entre esses imperadores era o Shah Jahan, que mandou construir muitos monumentos famosos no norte da Índia – o mais famoso sendo o Taj Mahal, o mausoléu da sua esposa, a imperatriz Mumtaz Mahal.
Não sabemos se a maioria dos indianos muçulmanos hoje em dia é descendente de gente que foi “convertida” ao Islã a força (o mais provável), ou se a maioria se converteu voluntariamente naquela época para escapar do sistema opressivo de castas hindus (uma teoria que antes estava muito popular entre os historiadores, mas que muitos não acreditam mais hoje em dia). Ainda tem uns conflitos periódicos entre os hindus e os muçulmanos na Índia, mas geralmente os muçulmanos indianos são bem integrados na paisagem cultural do país – contam entre os atores mais famosos de Bollywood, por exemplo.
Basicamente toda cidade na Índia tem uma comunidade muçulmana hoje em dia. Entre os focos da cultura muçulmana no país estão as cidades de Lucknow e Hyderabad, as duas sendo antigas capitais de reinos muçulmanos.
Cristianismo
Hoje em dia, mais de 2% da população da Índia é cristão. Muitos são católicos, que moram principalmente nas ex-colônias portuguesas do litoral (como Goa) e são descendentes dos indianos que os portugueses coloniais converteram. Também tem protestantes, que são descendentes dos indianos que os britânicos converteram – muitos desses são dos grupos tribais do nordeste do país. A maioria dos outros cristãos na Índia (principalmente em Kerala e outros estados do sul do país) seguem tradições ortodoxas, que migrantes sírios levaram para o território muitos séculos antes da época colonial.
Sikhismo
O sikhismo (às vezes escrito “siquismo” em português) é a religião do povo panjabi, do estado de Punjab no noroeste da Índia. Muitos panjabis já migraram para outros estados indianos e para outros países, e hoje em dia tem templos sikhs em muitas cidades na Índia e no exterior. Tem uns 20 milhões de sikhs na Índia (a grande maioria no estado de Punjab), formando quase 2% da população do país.
O sikhismo é uma religião monoteísta baseada nos ensinamentos do “Guru Nanak” do século 15. O livro sagrado da religião se chama o Guru Granth Sahib. Os templos sikhs são chamados de gurdwaras, o mais sagrado sendo o Harmandir Sahib – também conhecido como o “Templo Dourado”. Localizado na cidade de Amritsar, é um lugar de peregrinação para os adeptos da religião e também um destino popular para turistas na Índia.
Os sikhs são famosos por serem muito abertos para gente de toda comunidade ou religião. Cada gurdwara oferece comida de graça à comunidade em geral, sem distinções de classe, casta, ou crenças. (Doações são sempre bem-vindas.) Alguns gurdwaras, inclusive o Templo Dourado, até oferecem hospedagem para quem precisar.
Budismo
Embora nascido na Índia, o budismo não tem muitos adeptos na Índia hoje em dia – bem menos de 1% da população. É uma das grandes exportações da história do país, sendo a principal religião em muitos outros países asiáticos – mas na Índia atual, só umas regiões nas montanhas altas do Himalaia (por exemplo, a região de Ladakh) têm comunidades significativas de budistas. A sede do Dalai Lama e o resto do exílio tibetano também está localizado no Himalaia da Índia, na cidadezinha de Dharamsala.
Apesar de ter pouco budismo “vivo” na Índia hoje em dia, a maioria dos sítios históricos mais importantes para peregrinos budistas são localizados na Índia. Isso inclui três dos quatro lugares mais sagrados na religião – Bodh Gaya, onde o Buddha atingiu a “iluminação”, Sarnath, onde ele deu o seu primeiro discurso, e Kushinagar, onde ele morreu. (Lumbini, onde o Buddha nasceu, é o quarto, localizado bem perto da fronteira indiana no Nepal.) Esses lugares são muito populares entre os budistas da Ásia e do mundo inteiro para peregrinações; os locais também têm muitos templos e mosteiros especiais (dos vários ramos de budismo praticado nos vários países da Ásia) para os peregrinos.
(Se você está planejando uma viagem para a Índia e se interessa pelo budismo, pode ler mais no nosso blog sobre alguns destinos onde há budismo na Índia.)
Jainismo
O jainismo é outra religião indiana que é pouco conhecida fora do país; é a crença de mais de 4 milhões de pessoas na Índia, e muitos outros indianos que já migraram para outros países.
A não-violência é especialmente importante para os jains. Alguns mais rigorosos até andam com um tipo de vassoura para escovar o chão na sua frente, a fim de evitar pisar em qualquer inseto! A maioria dos jains são vegetarianos – e os mais rigorosos também evitam comer alimentos como batatas ou cebolas por motivos de não-violência. (A ideia deles é que arrancar uma batata no chão, por exemplo, mata vários micro-organismos.) Já que os outros indianos comem muita cebola, é comum ver restaurantes no país que oferecem uma “versão jain” de alguns pratos – sem cebola ou outros alimentos que os jains não comem.
Apesar de ser menor em número, a comunidade jain é uma das mais influentes e ricas da Índia. Os templos jains também estão entre os mais ornamentados e lindos do país.
Outras religiões na Índia
Entre as outras religiões com números menores no país estão o zoroastrismo (uma religião de origem persa cujos adeptos são chamados de “Parsis” na Índia) e o judaísmo. Os Parsis e judeus na Índia são descendentes de comunidades antigas que imigraram para a Índia faz muitos séculos.
Um dos sete templos importantes da religião Bahá’í (outra religião de origem persa) está localizada em Nova Délhi – o famoso Templo de Lótus.
Também tem muitas tribos indígenas na Índia que ainda seguem as suas religiões tradicionais. Muitas dessas se encontram no nordeste do país e também em estados como Jharkhand e Chhattisgarh.
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