ENSAIOS E INICIAÇÃO CIENTÍFICA
LAZER E TURISMO NA CHAPADA DIAMANTINA:
Um Estudo de Caso para o Desenvolvimento Sustentável num Mundo Globalizado.
Janaina Leal1
Lorena Ramos2
Sara Bomfim3
Professores Orientadores:
Romilson Augusto4
e Vanessa Cavalcanti5
“Quando a última árvore tiver caído, quando o último rio tiver
secado, quando o último peixe for pescado, vocês vão entender que
dinheiro não se come”.
Green Peace
RESUMO
Considerando a Chapada Diamantina, uma das regiões mais ricas e belas no que diz
respeito aos recursos naturais e paisagísticos de todo o interior da Bahia, o presente
Projeto propõe através de uma ação comunitária - no âmbito do entretenimento e do
turismo - a valorização e usufruto dos bens culturais de lazer, tendo como base o
desenvolvimento sustentável. Enfoca-se a partir de um estudo de caso, valores
históricos e sócio-econômicos da região , visando a interação entre comunidade
local, turismo e lazer, na perspectiva de conscientizar e educar a população residente
e visitante, divulgando a importância da preservação ambiental da área em questão.
Palavras-Chave: Turismo, Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável.
Apresentação
Percebendo-se a carência de consciência ambiental da população e em contrapartida o
crescente interesse pelo Turismo, principalmente no que se refere à fuga dos grandes centros
urbanos em busca de ambientes naturais, surgiu este embrionário estudo de iniciação
científica. Pode ser caracterizado como uma pesquisa qualitativa, do tipo estudo de caso e
nasceu da nossa inquietação, enquanto estudantes de Turismo, ao percebemos o destaque que
1
Graduanda do curso de Turismo da UNIFACS. Estagiária na área de orçamento da BAHIATURSA.
Membro do Núcleo de Estudos Sociais da Cidade (CORDIS/UNIFACS).
2
Graduanda do curso de Turismo da UNIFACS. Estagiária na área de produção e promoção de eventos da
BAHIATURSA. Membro do Núcleo de Estudos Sociais da Cidade (CORDIS/UNIFACS).
3
Graduanda do curso de Turismo da UNIFACS. Membro do Núcleo de Estudos Sociais da Cidade
(CORDIS/UNIFACS).
4
Professor da UNIFACS ( Universidade Salvador).
5
Doutoranda em História pela Universidade de Leon (Espanha). Professora da UNIFACS e Pan Americana
School of Bahia. Membro do Núcleo de Estudos Sociais da Cidade (CORDIS/UNIFACS).
vem sendo direcionado à Chapada Diamantina no cenário mundial de Turismo Ecológico1
e
por outro lado a carência de projetos que façam da atividade turística uma fonte inesgotável
de sobrevivência, tendo que desta forma torná-lo sustentável.
O Estado da Bahia consagrado por exemplo “abençoado por Deus” devido a imensa beleza e
variedade de atrativos naturais e culturais, prescinde de planejamento e gestão no que se
refere ao setor turístico, além de parcerias entre os setores público e privado. Neste sentido,
torna-se mais do que necessário conceber o planejamento e exercer com competência a gestão
do ecoturismo neste Estado, aproveitando o incentivo que o poder público vem dando a esta
modalidade de turismo, inclusive com a criação da zona turística Chapada Diamantina : das
áreas de proteção ambiental, Marimbus-Iraquara e Serra dos Barbados, que compreendem
parte da região em questão.
O Turismo é tido como um elemento essencial para o desenvolvimento econômico regional.
Segundo Ubaldo Marques Porto Filho (1976, p. 03), turismo é “toda e qualquer atividade
exercida por uma pessoa fora do seu domicílio principal, cujo afastamento envolva gastos
com transportes, hospedagens, alimentação, diversão, compras ou despesas de outra
natureza”. Já Rita Mendonça, no seu texto “Turismo e Meio Ambiente, uma falsa
oposição?”, considera que o turismo é uma indústria e, assim como os demais setores da
economia moderna, “depende da apropriação e exploração da natureza e das sociedades
locais” (1996, p.2).
O Turismo ocupa uma posição de destaque no cenário econômico, constituindo-se como uma
das atividades que mais gera renda no mundo. Deste modo, torna-se relevante o equilíbrio
entre os interesses econômicos gerados pelo Turismo e o seu desenvolvimento planejado, para
não se esgotarem os recursos naturais, culturais e sociais, e distanciarem o lugar de uma
perspectiva para a implantação de propostas para o desenvolvimento sustentável.
Sendo as
áreas naturais merecedoras de um acompanhamento no seu desenvolvimento, o Lazer e o
Turismo devem envolver um sério compromisso com o meio ambiente e com a preservação e
valorização da identidade cultural da região. Estas atividades devem procurar satisfazer o
1
Turismo Ecológico ou ecoturismo se fundamenta segundo a Universidade da Costa Rica, no setor
especializado do turismo, que se caracteriza por uma clara propensão demonstrada por seus praticantes em
procurar viagens que os coloquem em íntimo contato com a natureza, dela desfrutando por simples
observação ou estudo sistemático.
desejo das pessoas que optam pela modalidade, trabalhando ao mesmo tempo com
consciência ambiental.
Um olhar sobre a Chapada Diamantina
A Chapada Diamantina está localizada no coração das Bahia, onde encontram-se o três pontos
mais altos do Estado: O Pico dos Barbados com 2.080m, o Pico do Itobira com 1.970m e o
Pico das almas com 1.958m. É nessa região de topografia diversificada que nascem 90% das
bacias dos rios Paraguassú, Jacuípe e do Rio de Contas, de onde surgem centenas de
cachoeiras espalhadas pela região trazendo a singularidade para este local abençoado e
gerador de tantas energias.
A beleza local pode ser vislumbrada ainda através da vegetação exuberante que mistura
espécies de cactos da caatinga, com espécies de bromélias, orquídeas e sempre-vivas. A
região é também detentora de uma das maiores concentrações de cavernas do mundo, em
1993 foram registradas cerca de 60 cavernas no município de Iraquara, sendo que em estudos
atuais este número supera mais de 100 cavernas2
.
Nas paredes de algumas destas cavernas, encontram-se pinturas rupestres, com figuras de
animais, mãos, flechas, sol e desenhos geométricos que arqueólogos acreditam terem sido
realizados por homens pré-colombianos, que ali viveram a cerca de 5.000 a 10.000 anos atrás,
apesar de não haver datação comprovada por espeleólogos.
Não podemos deixar de salientar o produto responsável pelo primeiro apogeu da Chapada
Diamantina: a atividade mineradora. O ano de 1729 representa para os historiadores o marco
do descobrimento de diamantes no Brasil, onde já era declarado o interesse da coroa
portuguesa pelo minério na colônia. Em 1734, instalou-se a intendência dos diamantes em
Tijuco3
, fato que ocasionou a expansão da área de exploração diamantífera, penetrando o
centro da província, chegando à Chapada Diamantina.
O desenvolvimento regional foi impulsionado inicialmente com o ciclo do ouro na cidade de
Rio de Contas, que na época era o principal entreposto comercial deste minério. O
esgotamento das jazidas auríferas se deu nos primeiros anos do século XIX, após ter
perdurado ao longo de 100 anos.
2
Informações obtidas no CRA (Centro de Recursos Ambientais), na cidade de Lençóis, Ba.
3
Informação retirada do livro Garimpo, Devoção e Festa em Lençóis de Maria Salete Petroni de Castro.
São Paulo, Editora de Folclore, 1984.
No leito dos rios Cumbucas e Mucugê, localizados ao leste da Chapada Diamantina, foram
descobertos lençóis diamantíferos, o que resultou no êxodo de mineiros para novos garimpos,
provocando a estagnação econômica da região de Rio de Contas, fato este que deslocou o
centro de referência regional para a cidade de Lençóis . Os novos assentamentos resultaram
em povoados como Xique-Xique (Igatu), hoje representando um importante sítio natural,
conhecido como “a cidade das pedras”.
O ciclo do Diamante durou cerca de 25 anos, nos quais foram surgindo os povoados que hoje
são os municípios formadores da Chapada Diamantina, compostas por um rico patrimônio
arquitetônico, tombado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Cultural), com
características neoclássicas resultante da arquitetura oficial do Império.
A partir de 1871, o garimpo entra em declínio por dois fatores: a concorrência das jazidas sulafricanas
e o emprego de métodos de extração mais rudimentares que não exploravam os
depósitos de baixos e médios teores. Dado o término do ciclo da mineração, os coronéis do
sertão, que eram detentores do poder em conseqüência desta atividade, tinham o anseio por
manter-se nesta posição e começam as lutas pelo domínio das terras e conquista do poder
político. Até a revolução de 30, as lutas eram freqüentes, fato que ocasionou o grande êxodo
populacional em direção as lavouras de café do sul e garimpos do Mato Grosso e Goiás,
acarretando na total estagnação da economia regional.
Até os dias de hoje, a economia do local encontra-se pouco dinâmica, estando praticamente
baseada na expansão da agricultura irrigada, nas cidades de Mucugê, Barra da Estiva e
Seabra, sendo a última também um pólo dinâmico da área, especialmente nos setores de
comércio e serviços. Podemos observar que o contexto histórico citado, juntamente com os
atrativos naturais da região, fizeram com que a população assimilasse e promovesse o turismo
informalmente, ou seja, sem planejamento e às vezes até mesmo sem a consciência de que o
estava realizando, na expectativa de gerar uma alternativa para a sustentabilidade da economia
local.
Portanto, a atividade turística praticada de forma desordenada precisa ser realizada a partir de
um planejamento e organização, para que seus atrativos resistam à ação do homem e do
tempo, podendo ser usufruído por gerações futuras, para que nunca seja preciso falar esta
frase: “Aqui foi a Chapada Diamantina”. (manifestação vinda de nós)
Como toda a Bahia, a Chapada Diamantina é detentora de manifestações culturais singulares,
que contagiam quem a visita, pelos matizes carregados de misticismo, tradição e axé,
presentes em seu povo humilde, nos hábitos rotineiros e simples que dão a impressão de
estarem sempre em harmonia.
No calendário de festas populares, destacam-se três festas: O Terno de Reis, A Marujada e o
São João. O Terno de Reis é a festa em que se encerra o ciclo do Natal, onde os reiseiros
(chefes) tocam instrumentos regionais como a zabumba, duas caixas, surdo, gaitas e flautas e
vestem-se com a toalha, um pano branco bordado, dobrado no sentido do comprimento
cruzado no peito; chapéu de palha enfeitado com fitas coloridas, bolas de Natal, espelhos,
penas de aves e enfeites de papel. Desde o primeiro dia de janeiro, o Terno de Reis sai pelas
ruas de casa em casa pedindo doações para a festa. No dia 6 de janeiro é rezada uma ladainha
na igreja e depois todos continuam pelas ruas para dar fim à festa com o “dando de comer”
6
,
que são as comidas e bebidas arrecadadas e depois distribuídas a todos.
Já a marujada é uma cantoria praticada pelos homens, que simulam batalhas entre marujos
vestidos a caráter, com calça e blusa azul com gola de marinheiro, gravata e gorro brancos. A
marujada é composta por 22 pessoas que vão percorrer as ruas da cidades, cantando e parando
certos momentos para que as pessoas possam ver a simulação das lutas e entender a história.
As festas juninas são comemoradas durante uma semana inteira. O povo anda de casa em
casa, comendo e bebendo quitutes típicos da festa, como: a canjica, amendoim cozido, bolo de
aipim, milho verde, mungunzá, licor de jenipapo, entre outros. Atualmente, a Chapada
Diamantina é uma das poucas regiões do interior da Bahia que preserva a verdadeira festa
junina, com fogueiras, banderolas em todas as ruas, apresentação de quadrilha nas praças,
brincadeira do pau de sebo, trio de sanfoneiro no coreto, encenação do casamento na roça,
dentre outras manifestações.
Proposições para o Lazer e o Turismo na Chapada Diamantina
Este projeto vislumbrou a análise da atual situação do Turismo na Chapada Diamantina, além
da proposição de um programa para o desenvolvimento sustentável, planejando a atividade
turística e seus impactos na região, trabalhando principalmente com a urgente necessidade de
6
Momento da festa de Terno de Reis em que se oferece um banquete aberto a quem queira participar.
GONÇALVES, Maria. Salete P. Garimpo, Devoção e Festa em Lençóis. São Paulo, Editora de Folclore,
1984.
conscientização ambiental tanto da população residente como dos turistas, ademais não
devemos deixar de realizar uma abordagem que faça com que, tanto a comunidade local como
as visitantes - nacionais e estrangeiros - abracem esta causa com o intuito de preservar este
santuário para as futuras gerações. Com esta finalidade, o Projeto de Lazer e Turismo na
Chapada Diamantina, foram formulados os seguintes objetivos:
(1) interagir o Turismo com a população local, elaborando uma proposta de
conscientização para a importância do Turismo incentivando a educação ambiental
para a comunidade através de cursos e para o Turista através de palestras em locais
estratégicos;
(2) sensibilizar e capacitar os estudantes da área para exercer funções específicas no
âmbito da conscientização do Turista e da população residente;
(3) elaborar propostas para a preservação da cultura popular valorizando-a;
(4) implantar o treinamento para guias mirins e fiscalizadores de trilhas;
(5) elaborar o controle da visitação na alta estação para respeitando a capacidade de
carga local;
(6) elaborar cursos de especialização para os guias, incluindo no conteúdo
programático, primeiros socorros, atendimento ao turista, conhecimentos gerais e
História local;
(7) aplicação efetiva de multas nos casos de agressões ao meio natural (com o apoio
de órgãos como: IBAMA, SECRETARIA DE TURISMO, EMBRATUR, ONG’S);
(8) inserir estudantes de educação artística no projeto para a elaboração de
equipamentos de informações mais adequados onde deixe clara a localização dos
atrativos e o risco da visitação sem guias especializados;
(9) elaborar um sistema eficaz de coleta de lixo;
(10) criar um projeto de fiscalização permanente nos empreendimentos, onde se
observe, os valores das tarifas cobradas, bem como a qualidade do atendimento, a
qualidade dos alimentos vendidos, onde são depositados o lixo de seu estabelecimento;
(11) elaborar um simples sistema de transporte público composto por Bestas, vans ou
micro ônibus, que possibilite ao turista visitar os atrativos mais distantes com preços
mais acessíveis que os oferecidos pelas poucas agências de viagem, dando fim ao
monopólio exercido por elas e proporcionando alternativas de serviços para os turistas;
(12) a implantação de Hospitais e postos de saúde nas maiores cidades da Chapada
Diamantina;
(13) efetivar a melhoria do saneamento e da infra-estrutura básica dos municípios;
(14) integrar a população residente de menor poder aquisitivo no sistema turístico,
fazendo com que ela usufrua de parte da rende gerada, tendo uma expectativa positiva
para o futuro;
(15) conscientizar as pessoas de que o aeroporto internacional de Lençóis não pode ser
visto apenas como servidor desta cidade e sim de toda a Chapada Diamantina,
distribuindo o fluxo turístico por toda a região e não concentrando-o na cidade de
Lençóis;
(16) criar uma política de lazer, que integre não só o turista, mas que se volte também
à comunidade local, onde serão realizadas dinâmicas recreativas como por exemplo :
jogos, viagens com as crianças no intuito destas conhecerem outras culturas da Bahia,
criação de um Clube da Maior Idade para que os idosos possam também ser
integrados;
(17) no âmbito arqueológico, propomos a criação de um Museu Aberto, aproveitando
o potencial rupestre encontrado em diversas grutas da região, além de incentivos aos
mergulhos dentro das mesmas;
(18) valorizar a cultura da região, resgatando festas esquecidas ou descaracterizadas , a
música, o artesanato - destacando neste ponto a renda feita pelas mulheres, que vem
desaparecendo atualmente.
(19) interagir lazer, aprendizagem e educação, afim de conscientizar a população da
importância da valorização de seus atrativos, não só para o turismo, mas para a
compreensão e preservação da sua verdadeira história.
Tomando por base essas duas definições, podemos perceber as diversas tendências que o
turismo pode abranger. A primeira nos apresenta um a intenção de planejamento, enfocando o
desenvolvimento da economia local, enquanto a outra coloca o turismo como uma indústria
capitalista sem nenhuma sustentabilidade.
Falando-se em sustentabilidade, é preciso que haja um comprometimento com o meio
ambiente, respeitando a capacidade de carga local, visto que, “o turismo contemporâneo é um
grande consumidor da natureza e sua evolução nas últimas décadas, ocorreu como
conseqüência da busca do verde e da fuga dos tumultos dos grandes centros urbanos, por
pessoas que tentem recuperar o equilíbrio psicofísico em contatos com os ambientes naturais
durante o seu tempo de lazer” (RUSCHMAN, 1997, p. 47). Dentre as modalidades de
turismo, uma das que mais se encaixa na região da Diamantina, é o ecoturismo, “mais do que
uma pequena elite de amantes da natureza, e é na verdade, um amálgama de interesses que
emergem de preocupações de ordem ambiental, econômica e social” (OBALLOSLASCURÁIN,
1995, p. 10).
Sendo assim, mais do que nunca é necessário um planejamento desta modalidade que envolve
os subsistemas ecológicos, sociais, econômicos e culturais. Uma das vertentes do ecoturismo
que vem ganhando espaço na região, é o esporte radical, que também se divide em
modalidades, como o trekking (caminhadas rigorosas em ambientes naturais, considerada
como um misto de esporte, lazer e aventura), o rappel (forma arrojada de exploração de
cavernas, paredões rochosos, escarpas naturais, fendas, etc., em decidas livres ou não,
utilizando equipamentos e técnicas modernas de progressão vertical). Além dessas, qualquer
outra modalidade esportiva que estimule a adrenalina, vem sendo praticada pelos jovens, que
procuram cada vez mais o local.
BIBLIOGRAFIA BAHIATURSA
. Guia de Ecoturismo da Bahia. Salvador, 1997.
BRASIL. Diretrizes para uma Política Nacional de Turismo. Brasília, Governo Federal, 1994.
LEMOS, Amália. Turismo e Impacto Sócioambientais. São Paulo, Hucitec, 1996.
LINDBERG, Kreg & HAWKINS, Donald. Ecoturismo um Guia para Planejamento e Gestão. São Paulo, SENAC, 1997.
PETRONI, Salete. Garimpo Devoção e Festa em Lençóis. São Paulo, Editora de Folclore, 1984.
RUSCHMANN, Doris. Turismo e Planejamento Sustentável: A proteção do Meio Ambiente. Campinas, Papirus, 1997.
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