PT aproveita argumento de "enriquecimento pessoal" e não defende Dirceu
QUA, 05/08/2015 - 20:32
Em nova nota divulgada pelo partido e em coletiva de imprensa de Rui Falcão, sigla afasta imagem negativa da prisão de Dirceu com isolamento
Jornal GGN - Depois que a equipe de procuradores e policiais da força-tarefa da Lava Jato afirmou que o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, teria se beneficiado do suposto esquema de corrupção na Petrobras para enriquecimento pessoal, além do partido, o PT aproveitou a sustentação para descolar a imagem negativa da prisão com a sigla.
Em um primeiro momento, o presidente do PT, Rui Falcão, defendeu que seja respeitado o direito de defesa de Dirceu nas investigações, nesta terça-feira (04). Entretanto, em reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília, a legenda optou por não mencionar a situação do ex-dirigente petista, e publicou nova nota divulgada momentos depois.
No primeiro comunicado do partido, o PT refutou "as acusações de que teria realizado operações financeiras ilegais ou participado de qualquer esquema de corrupção" e destacou que todas as doações recebidas foram "legais".
Enquanto Falcão concedia entrevista coletiva, na terça, o partido disparava outra nota oficial resumindo as conclusões da Executiva, como os supostos "abusos" da Operação. Nas mais de duas páginas, entretanto, não há menção à Dirceu.
No encontro da cúpula, ganhou a tese de não prestar solidariedade ao ex-ministro. Segundo O Globo, participantes informaram que Falcão foi firme ao se opor à citação à José Dirceu no posicionamento do partido.
A postura difere daquela de 2013, quando o ex-ministro foi condenado pela Ação Penal 470, conhecido como "mensalão". Naquela época, o tom do PT foi de defesa e solidariedade "aos companheiros injustiçados", conclamando a "militância a mobilizar-se contra as tentativas de criminalização" do partido.
No único momento em que se referiu a José Dirceu, na entrevista concedida, o presidente da sigla deixou claro que caberá a ele comprovar sua inocência. "É preciso que o companheiro José Dirceu possa fazer a contradita às acusações que estão sendo veiculadas contra ele em caráter pessoal por delatores da Lava-Jato", disse.
Ao responder à pergunta se a Executiva Nacional estava "abandonando" o ex-ministro, Falcão completou: "há indícios que precisam ser transformados em provas. A pessoa acusada tem que ter direito à ampla defesa. Não estamos abandonando nenhum companheiro nosso. Não deve se presumir culpa antes de ser comprovada. No Brasil, atualmente, está se invertendo esse princípio".
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