PT acusa comandante do Exército de ter impedido STF de soltar Lula. Se foi assim, o Brasil agradece
O comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, concedeu uma entrevista à Folha publicada neste domingo (11), na qual reconheceu que havia uma preocupação por parte dos militares quanto à reações da sociedade, caso os ministros do STF concedessem um habeas corpus ao ex-presidente Lula no mês de abril deste ano.
Na véspera do julgamento que poderia livrar Lula da cadeia, Eduardo Villas Bôas fez a seguinte declaração por meio de seu perfil no Twitter: "Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade".
De fato, havia um clima de total animosidade no país diante da possibilidade dos ministros do STF, em mais uma manobra ardilosa, soltarem o ex-presidente Lula e colocar todo o trabalho de quatro anos de Operação Lava Jato a perder. O que estava em questão não era apenas a soltura de Lula, mas também a abertura de uma cancela para criminosos de toda sorte condenado em segunda instância. As preocupações da sociedade, embora concentradas na possibilidade de impunidade do ex-presidente Lula, tinham outros motivos bastante pertinentes.
O próprio comandante do Exército admitiu que havia esta preocupação. Na entrevista publicada neste domingo na Folha,Villas Bôas admitiu que atuou no sentido de prevenir a instalação do caos no país. "Reconheço que houve um episódio em que nós estivemos realmente no limite, que foi aquele tuíte da véspera da votação no Supremo da questão do Lula". "Ali, nós conscientemente trabalhamos sabendo que estávamos no limite. Mas sentimos que a coisa poderia fugir ao nosso controle se eu não me expressasse. Porque outras pessoas, militares da reserva e civis identificados conosco, estavam se pronunciando de maneira mais enfática."
Após a publicação da entrevista, a comissão executiva nacional do PT atacou o comandante do Exército, tentando culpá-lo pela prisão de Lula:
"Ao afirmar que, a seu critério, a liberdade de Lula seria motivo de 'instabilidade', o general confirma que a condenação do maior líder político do país foi uma operação política, com o objetivo de impedir que ele fosse eleito presidente da República. Está demonstrado, agora, que não apenas o sistema judicial ligado a Sergio Moro, à Rede Globo e a grande mídia participaram dessa operação arbitrária e antidemocrática, mas também a cúpula das Forças Armadas", diz a nota.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT) disse que a fala evidencia uma "trama política". "Deixa claro que houve ingerência em decisão do STF! O que fugiria do controle? Teve de agir por quê?"
O o deputado Paulo Pimenta também do PT, afirmou que "Villas Bôas dizer que Exército esteve ‘no limite’ e que Lula solto poderia ‘tirar militares do controle’, é uma ameaça implícita a democracia. Não é papel das força armadas tutelar os poderes, em particular o STF, afrontado claramente neste episódio"
Outro integrante do PT, o deputado federal Wadih Damous, alegou que "A entrevista do chefe do exército mostrou o conluio entre a farda e a toga para destruir a democracia brasileira e levar Bolsonaro ao poder. E é mais um episódio que prova ser Lula um preso político"
Nenhum dos defensores de Lula mencionaram o básico, como bem lembrou o juiz Sérgio Moro há poucos dias: Lula foi preso por conta dos crimes que cometeu. A expectativa da população era a de que o petista fosse efetivamente preso, segundo as Leis, logo após ter sido condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Neste aspecto, o recado do comandante do Exército no Twitter foi bastante claro, no sentido do cumprimento das Leis. Se Lula tinha ou não intenção de disputar as eleições é outra conversa. Se tivesse preocupado com isso, não teria roubado tanto.
O comandante do Exército apenas cumpriu seu dever patriótico.
Com informações da Folha
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