PF inclui foto de Padilha nos autos da operação Lava Jato
há 5 anos
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A Polícia Federal incluiu uma foto do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha nos autos da Operação Lava Jato - investigação sobre esquema de lavagem de dinheiro no montante de R$ 10 bilhões.
A foto ilustra trecho de relatório da PF que revela os movimentos do grupo do doleiro Alberto Youssef dentro do Ministério da Saúde.
Veja a mensagem e a foto interceptadas pela PF:
À página 133 do relatório, a PF faz menção a um e-mail de Meirelles para seu colega Pedro Argese, "por meio do qual encaminha foto possivelmente do momento da assinatura de um dos PDP com o ministro da Saúde, ao lado de autoridades da Marinha e do ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha".
A PF interceptou telefonema de Pedro Argese para Alberto Youssef. O empresário agradece o doleiro. "Foi ótimo, mandei uma foto pra você da assinatura ai do"PDP". Nós marcamos um início de uma nova vida aí agora."
Youssef respondeu: "Um puta gol né meu. Fizeram um puta gol."
Argese prosseguiu. "Graças a Deus. E a todos que confiaram e a você né Beto que acredito, porque não é fácil não. Pra quem é de fora do mercado acredita não é fácil."
Youssef devolveu. "Não é não. Não, é acredita e ir lá busca né... fazer os cara vê nosso jogo né..."
A foto do ex-ministro da Saúde antecede o pedido da PF à Justiça Federal para buscas em onze endereços residenciais e comerciais dos investigados, entre eles o ex-executivo da Petrobrás, Paulo Roberto Costa - na casa dele, a PF apreendeu US$ 181.485, R$ 751.400 e 10.850 euros em dinheiro vivo.
O ex-ministro Alexandre Padilha não retornou contato da reportagem para falar sobre o fato de a PF ter incluído uma foto sua nos autos da Operação Lava Jato. Nem respondeu se conhece os empresários da Labogen e o doleiro Alberto Youssef.
No início da semana, quando a PF deflagrou a Lava Jato, o Ministério da Saúde informou que não havia sido comunicado da operação policial. Segundo a pasta, o acordo entre a Labogen e outros laboratórios trará economia, em 5 anos, de R$ 29,8 milhões e seguiu "rigorosos critérios técnicos", com o aval de comissões do ministério, BNDES, Anvisa e outros órgãos.
Segundo o Ministério da Saúde, o processo de escolha (da Labogen) foi transparente, numa reunião do Comitê de Competitividade e grupo executivo do Complexo Industrial da Saúde, em dezembro de 2013, com a participação de 250 pessoas".
Fausto Macedo
O Estado de S. Paulo
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