A ANA (Agência Nacional de Águas) informou nesta 6ª feira (25.jan.2019) que a onda de rejeitos da barragem de Brumadinho, Minas Gerais, deverá atingir a barragem da usina hidrelétrica Retiro Baixo em 2 dias.
“A barragem da Usina está a 220 km do local do rompimento e possibilitará amortecimento da onda de rejeito”, diz a nota da agência reguladora.
A usina é 1 empreendimento conjunto da Cemig (49,9%), Furnas (49%) e Orteng (1,1%). A hidrelétrica tem potência outorgada de 82 MW e está localizada na região dos municípios mineiros de Pompéu e Curvelo, em Minas Gerais. O reservatório tem volume de 240 hectômetros cúbicos.
O rompimento da barragem de Brumadinho, da mineradora Vale, ocorreu no início da tarde desta 6ª feira. A barragem fica localizada em Brumadinho (MG), a 51 km de Belo Horizonte. O mar de lama destruiu casas próximas à região, que tem cerca de 39 mil habitantes.
A agência reguladora, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, afirmou estar em constante comunicação com órgãos e autoridades federais e estaduais para manter o abastecimento de água e qualidade para as cidades que captam água ao longo do rio Paraopeba.
O governo determinou a criação de 2 gabinetes de crise para apurar a situação, 1 político no Palácio no Planalto e outro operacional no Ministério do Meio Ambiente.O presidente Jair Bolsonaro (PSL) deve ir neste sábado (26.jan.2019) para o local do desastre.
Leia a íntegra da nota:
“A Agência Nacional de Águas (ANA) se solidariza aos afetados pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão (município de Brumadinho/ Minas Gerais).
Estamos em constante comunicação com os órgãos e autoridades federais e estaduais, inclusive no âmbito de recente Acordo de Cooperação sobre Segurança de Barragens, que está permitindo troca facilitada e mais rápida de dados sobre a situação no local do evento.
A ANA está monitorando a onda de rejeito e coordenando ações para manutenção do abastecimento de água e sua qualidade para as cidades que captam água ao longo do rio Paraopeba.
A barragem da Usina Hidrelétrica Retiro Baixo está a 220 km do local do rompimento e possibilitará amortecimento da onda de rejeito. Estima-se que essa onda atingirá a usina em cerca de dois dias.
A fiscalização da barragem rompida, de acumulação de rejeito de mineração, cabe à autoridade outorgante de direitos minerários.”
ANEEL ENVIA EQUIPE PARA MONITORAR HIDRELÉTRICA
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) informou que uma equipe da agência chegará neste sábado (26.jan.2019) para acompanhar a situação dos rejeitos da barragem da Vale do Rio Doce, rompida no início da tarde em Brumadinho (MG), município localizado a 51 km de Belo Horizonte.
A agência está monitorando a situação da Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, localizada no Rio Paraopeba, que foi atingido pelos rejeitos da barragem.
“Aneel está em contato permanente com a concessionária da UHE Retiro Baixo, usina localizada no Rio Paraopeba (MG) e que deverá reter rejeitos oriundos do acidente com a barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho”, disse em nota.
De acordo com a Aneel, a SPE (Sociedade de Propósito Específico) responsável pela usina de Retiro Baixo, disse que já tomou as primeiras providências para conter a lama.
“Foi interrompida a operação da usina, realizados testes de vertedouro e fechadas as tomadas de água para preservar os equipamentos”, afirmou.
ONDA ATINGE RIO PARAOPEBA
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o rejeito que vazou da Mina Feijão atingiu o Rio Paraopeba às 15h50.
Mais cedo, a Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), empresa vinculada ao governo mineiro, informou que poderia alterar a forma de abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte, que é atendida pelo Sistema Paraopeba.
A estatal, porém, assegurou que a população não seria prejudicada.
“Caso seja necessário, o abastecimento da região atendida pelo Sistema Paraopeba, passará a ser realizado pelas represas do Rio Manso, Serra Azul, Várzea das Flores e pela captação a fio d’água do Rio das Velhas”, informou em nota.
POTENCIAL DE DANOS
Segundo o Cadastro Nacional de Barragens, elaborado pela ANM (Agência Nacional de Mineração) e encaminhado à ANA (Agência Nacional de Águas), a barragem rompida tinha baixo risco de acidentes e alto potencial de danos.
Divulgado em novembro do ano passado, com dados referentes a 2017, o documento aponta 45 barragens com risco de rompimento, mas a barragem da Vale não estava nessa lista.
No total, o relatório mostra que o país tem 24 mil barragens identificadas para diversas finalidades, como geração de energia, acúmulo de água ou rejeito de minérios, caso da barragem rompida hoje.
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) divulgou nota informando “o empreendimento, e também a barragem, estão devidamente licenciados, sendo que, em dezembro de 2018, obteve licença para o reaproveitamento dos rejeitos dispostos na barragem e para seu descomissionamento [encerramento de atividades]“.
“A barragem não recebia rejeitos desde 2014 e tinha estabilidade garantida pelo auditor, conforme laudo elaborado em agosto de 2018. As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo governo de Minas”, informou a pasta.
(com informações da Agência Brasil.)
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