Quando o futebol sul-americano sairá do fundo do poço?
Me pegou completamente de surpresa o grande vexame do River Plate contra o desconhecido Al Ain, dos Emirados Árabes, no Mundial de Clubes.
Eu estava mesmo esperando que o time comandado por Marcelo Gallardo passasse sem muitos sustos pela semifinal e, na decisão, contra o "capenga" Real Madrid, levasse a melhor na base da boa e velha "raça argentina".
Não deu para o River e esse mico portenho serviu para escancarar mais uma vez como o futebol sul-americano segue no fundo do poço.
Afinal, os clubes do nosso continente não conseguem brilhar no Mundial há tempos.
Assim como o River, Internacional (2010), Atlético-MG (2013) e Atlético Nacional (2016) também foram eliminados por equipes folclóricas e não chegaram à final do cobiçado torneio.
O último sul-americano campeão do mundo foi o Corinthians, em… 2012!!!
Muito tempo de jejum, não é mesmo?
E as nossas seleções, então?
Em 2022, os selecionados sul-americanos vão ao Qatar lutando contra um incômodo tabu de… 20 anos!
Do penta brasileiro para cá, foram quatro Copas disputadas, todas vencidas por europeus (Itália-2006, Espanha-2010, Alemanha-2014 e França-2018).
E a situação ficou ainda mais desesperadora após o surgimento, neste ano, da Liga das Nações, que reúne as seleções do Velho Continente.
Agora, ficou praticamente impossível marcar amistosos contra os selecionados da Europa, e os testes dos sul-americanos geralmente serão realizados contra as fracas equipes da África, da Ásia ou mesmo da América do Norte.
Bom, e qual seria a saída para um continente que segue exportando grandes jogadores para todo o mundo, mas que não consegue organizar boas equipes para bater de frente com as potências do planeta?
Se a resposta fosse simples, alguém já teria solucionado o caso, é claro.
Mas não seria um bom primeiro passo a América do Sul parar de tentar copiar o modelo europeu e retomar a sua identidade futebolística?
Enfim, ainda sobre o Mundial de Clubes, após a derrota do River Plate, fui "bombardeado" por meus queridos amigos corintianos, sempre com a mesma pergunta.
"Milton Neves, e se o Al Ain, convidado pela Fifa para o Mundial por ser o atual campeão do país sede, vencer o torneio, você 'desdenhará' da taça como 'desdenha' do título do Corinthians em 2000?".
E eu insisto.
É mais fácil o Timão vender os "Naming Rights" da Arena Corinthians por R$ 10 bi antes do Natal do que o simpático Al Ain vencer o Real Madrid na decisão do Mundial.
Mas, e se acontecer mais uma zebra neste imprevisível ano de 2018?
Bom, aí eu direi que, assim como o Corinthians em 2000, contra o Vasco, o Al Ain terá conquistado… "MEIO" Mundial!
E um feliz e abençoado Natal para todo mundo!
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