sexta-feira, 27 de julho de 2018
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Ganhar massa muscular em pernas e gluteos e perder barriga
quinta-feira, 26 de julho de 2018
Treinamento das pernas em 8 minutos Nível 3
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O exercício físico é qualquer atividade que mantém ou aumenta a aptidão física em geral, e tem o objetivo de alcançar a saúde e também a recreação. A razão da prática de exercícios inclui: o reforço da musculatura e do sistema cardiovascular; o aperfeiçoamento das habilidades atléticas; a perda de peso e/ou a manutenção de alguma parte do corpo. Para muitos médicos e especialistas, exercícios físicos realizados de forma regular ou frequente estimulam o sistema imunológico, ajudam a prevenir doenças (como , cardiopatia doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, etc.) moderam o colesterol, ajudam a prevenir a obesidade, e outras coisas. Além disso, melhoram a saúde mental e ajudam a prevenir a depressão.Todo exercício físico deve ser sempre realizado sob a orientação de um profissional ou centro desportivo qualificado, pois a prática de esportes somente nos permite atingir os objetivos esperados quando é devidamente orientada.
Benefícios
O exercício físico é um componente do moderno estilo de vida que nas suas distintas modalidades tais como ginástica, desporto e educação física constituem atividades vitais para a saúde, a educação, a recreação e o bem-estar do ser humano, a prática do desporto e os exercícios físicos podem fazer pelos Homens o que não poderiam fazer milhões de médicos. A prolongação da vida e a terapia contra numerosas enfermidades são os principais benefícios do exercício físico. Alguns dos benefícios da prática de exercícios incluem: o reforço da musculatura e do sistema cardiovascular; o aperfeiçoamento das habilidades atléticas; a perda de peso e/ou a manutenção de alguma parte do corpo. Para muitos médicos e especialistas, exercícios físicos realizados de forma regular ou frequente estimulam o sistema imunológico, ajudam a prevenir doenças (doenças cardíacas) moderam o colesterol, ajudam a prevenir a obesidade, e outras coisas. Além disso, melhoram a saúde mental e ajudam a prevenir a depressão
.Exercícios físicos na vida adulta
O ideal para a saúde é que o exercício físico se torne um hábito na infância ou na adolescência, para não haver dificuldades de integrá-la à vida adulta. Um dos principais problemas relacionados a essa adaptação é a falta de tempo, que cria os "atletas de final de semana". Praticar atividade física somente aos finais de semana pode não ser bom à própria saúde. É necessário um ritmo correto entre exercício e descanso. O recomendado é que, para cada dia de exercício, seja dado um dia de descanso, principalmente para as pessoas que se iniciam.
As conseqüências do sedentarismo para a saúde do homem são nefastas e bem conhecidas: maior risco de aterosclerose e suas conseqüências (angina, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral), aumento da obesidade, aparição de problemas como: hipertensão arterial, diabetes, osteoporose, dislipidemia, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, depressão, ansiedade, além de aumento do risco de afecções osteo musculares e de alguns tipos de câncer de cólon e de câncer de mama.
Fazer exercício durante a idade adulta atrasa a perda de volume cerebral na velhice. Em estudos realizados, as ressonâncias magnéticas ao cérebro e os testes cognitivos aos participantes revelaram que as pessoas que tinham pior forma física tinham uma pressão arterial e frequência cardíaca mais elevadas quando praticavam desporto, além de terem menor tecido do cérebro.
Referências
- Ir para cima↑ Stampfer, M., Hu, F., Manson, J., Rimm, E., Willett, W. (2000) "Primary prevention of coronary heart disease in women through diet and lifestyle". The New England Journal of Medicine, 343(1), 16-23.
- ↑ Ir para:a b Prof. Aluísio Menin Mendes, "Exercício Físico e Saúde". Acesso: 4 de Janeiro, 2009
- Ir para cima↑ Hu., F., Manson, J., Stampfer, M., Graham, C., et al. (2001). "Diet, lifestyle, and the risk of type 2 diabetes mellitus in women". The New England Journal of Medicine, 345(11), 790-797.
- Ir para cima↑ «Exercício físco previne o envelhecimento cerebral»
sexta-feira, 20 de julho de 2018
Treinamento de musculação exercicios de breços,pernas e bumbum
1º exercício: Agachamento total no pulley
Posicione-se em frente ao aparelho com as pernas afastadas e segure a barra. Agache totalmente, mantendo a coluna ereta e os braços na altura do peito.
2º exercício: Cadeira extensora unilateral
Posicione-se no aparelho com os pés sem em ângulo de 90°. Estenda uma das pernas e volte à posição inicial. Repita o movimento com a outra perna.
Faça intervalo de 1 minuto e repita os exercícios.
3º e 4º exercício: Adução e abdução na máquina em pé. Posicione-se na máquina apoiando a parte inferior externa da coxa. Empurre o rolo com a coxa, afastando as pernas e, em seguida, retorne à posição inicial. Repita o processo com a parte inferior interna da coxa, aproximando as pernas.
Repita 10 vezes o movimento e passe para o próximo exercício.
5º exercício: Abdominal lateral
Equipamento: anilhas
Deite-se flexionando os joelhos e segure a anilha atrás da cabeça. Flexione o tronco, direcionando o cotovelo ao joelho oposto.
Repita 10 vezes o movimento e passe para o próximo exercício.
6º exercício: Abdominal com elevação de anilha
Equipamento: anilhas
Segure a anilha à frente do corpo, com os braços estendidos e flexione o tronco, direcionando a anilha aos joelhos
sexta-feira, 13 de julho de 2018
Resumo História do Futebol da Bahia
A Associação Desportiva Catuense (atual: Catuense Futebol S/A) é uma agremiação da cidade de Alagoinhas (BA).O ‘Catuca’ foi Fundado no dia 1º de Janeiro de 1974, por Antônio Pena, Dagmar Gomes da Silva, Raimundo Stélio, Gerson Santos, José Joaquim, Edmilton Galisa, José Luiz, Ademir Brito, Jucundino Freire e Eliseu Costa.
Liderados por Antonio Pena, ex-prefeito de Catu, em 1974 um grupo de empresários e funcionários da antiga empresa Catuense Transportes Rodoviários decidem fundar um clube de futebol, a Associação Desportiva Catuense, que antes disso já havia sido chamado de Catu Atlético Clube, sem imaginar eles, que esse time conseguiria se formar uma das maiores forças do futebol baiano.
Começou disputando torneiros amadores na cidade de Alagoinhas, onde a ideia do time surgiu, e o nome Catuense foi escolhido por Antônio Pena que antes já havia sido conselheiro no Alagoinhas Atlético Clube e no soteropolitano Galícia Esporte Clube, por conta do apreço que ele tem a cidade de Catu que fica a 30 KM de Alagoinhas.
Sagrou-se campeão no primeiro ano disputando o campeonato de amadores de Alagoinhas, voltando a ser campeão em 1976 e vice em 1975 e 1978. Em 1980 a Catuense foi convidada pela Federação Bahiana de Futebol a disputar o torneio de acesso à divisão especial do futebol profissional, onde acabou se sagrando campeã e ganhando o direito de jogar no Campeonato Baiano de Futebol da 1ª Divisão de 1981, onde a Catuense teve uma estréia sensacional chegando a 3ª colocação geral e conquistando o título de campeã do interior, assim conquistando uma das vagas na Taça de Prata (Campeonato Nacional Brasileiro da época) no ano de 1982 onde teve participações das mais dignas.
Anos depois, a Catuense foi a final do Campeonato Baiano de Futebol de 1983, mas ficou com o vice-campeonato sendo desbancada pelo Bahia. Depois disso a Catuense voltou a ser vice-campeã em mais 3 oportunidades, em 1986, 1987 e 2003. Em 2001 conquistou a Taça Estado da Bahia e em 2004 conquistou o Campeonato do Interior da Bahia, em cima do Atlético de Alagoinhas.
Campeonato Brasileiro de Futebol – Série B: 1982, 1985, 1986, 1987 (Não é oficial), 1988, 1989, 1990 e 1991.
Em 1989 e 1990, fez suas melhores participações na Segundona, faltando um passo para conquistar o acesso para divisão principal do futebol brasileiro e uma chance de conquista um título nacional. No ano de 1989, foi eliminado pelo São José nas semifinais, terminando o campeonato em 4° lugar. 1990 faria novamente uma excelente campanha, chegando na Terceira Fase de 2 grupos com 4 equipes cada, sendo que apenas o primeiro colocado de cada grupo conseguiria o acesso para a Série A.
A Catuense empatou no confronto direto contra o Atlético Paranaense, mesmo com esse tropeço, ainda teve uma última chance de subir, mas foi derrotada pelo Criciúma no último jogo fora de casa.
Pelo Campeonato Brasileiro de Futebol – Série C, disputou por oito vezes o campeonato, nos anos de: 1987, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 2001 e 2003.
Em 2003 disputou a Copa do Brasil de Futebol, enfrentando logo na primeira fase o poderoso Atlético Mineiro. No primeiro jogo, a Catuense surpreendeu todos goleando por 4 a 2, no Penão, mas acabou sendo eliminado no Mineirão por 5 a 1.
Reportagem, de 1983: Redenção Futebol Clube – Salvador (BA)
Pôster: E.C. Bahia Heptacampeão do Campeonato Baiano de 1973/74/75/76/77/78/79
O Alagoinhas Atlético Clube é uma agremiação da cidade de Alagoinhas (BA). Após análises dos sucessivos sucessos dos campeonatos de futebol amador da cidade de Alagoinhas, em que destacavam-se o Grêmio, Ferroviário, Agulha, Juventus, Botafogo e Gato Preto, e das participações da Seleção Alagoinhense nos campeonatos intermunicipais de seleções, com a inauguração do Estádio Municipal Antônio de Figueiredo Carneiro (Estádio Antônio Carneiro – o Carneirão), os desportistas de Alagoinhas, resolveram fundar e inscrever um clube para disputa do Campeonato Baiano de Futebol.
Um novo Clube, que unificasse todos os amantes de futebol da cidade sob uma só bandeira, assim surgiu o Alagoinhas Atlético Clube, Fundado no dia 02 de Abril de 1970, e a sua Sede fica localizada na Praça Professor Mário Laerte, s/n, no Centro de Alagoinhas.
Sócio fundador, conselheiro e torcedor apaixonado, Saturnino Peixoto Pinto concentrou seu poder de imaginação para criar o escudo do Atlético, clube de seu coração e, explicando seu significado:“O escudo é de forma circular e sua periferia é contornada por uma roda dentada em esmalte sable (preto), significando pela forma, o trabalho e, pela cor, a prudência e o poder. Segue-se a faixa concêntrica em metal prata (brancol), significando pureza e paz, Nessa faixa está colocada a legenda Alagoinhas Atlético Clube, sendo separada por três estrelas que representam os elementos da natureza: Terra, Água e Ar. O círculo central, em esmalte galês (vermelho), significa soberania e luta e nele está localizada as letras “AAC”, de traçado concêntrico e em metal prata (branco)”.
Para a festa que a cidade de Alagoinhas preparou para inauguração do Estádio do Carneirão em 24 de janeiro de 1971, com o jogo Bahia 3 – 1 Corinthians (que tinha como principal atração o tri-campeão mundial Roberto Rivelino), foi reservado a emoção de naquele dia, ver nascer o símbolo do Atlético, o Carcará.
O “pai da ideia” foi o desportista, conselheiro e sócio-fundador Heraldo Aragão. Com outros desportistas (Edvalson Lima e Walter Campos), todos eles sentiram a necessidade de criarem um fato que lembrasse o Atlético, nesse evento, que seria a invenção do símbolo do clube. O Radialista Antonio Pondé visualizou um boneco, com a cabeça em forma de laranja, para ser o mascote, o que não vingou. Na época, havia um feirante que vendia folhas medicinais que possuía um pássaro, o carcará, que fora lembrado por Heraldo e, procurando-o, combinou para no dia dessa festa, levasse seu pássaro para o estádio e desse uma exibição diante da torcida. Foi uma sensação, mas diante de tanta gente, o animal ficou assustado e, bateu asas sumindo, levando o dono ao desespero, pela perda, vindo a cobrar do pai da ideia, a quantia de 50 mil cruzeiros de indenização. Mas felizmente o pássaro voltou, para alegria não só do dono, como também, de Heraldo Aragão que seria obrigado a desembolsar tal quantia.
A partir daí, o Carcará, já consagrado, passou a ser o símbolo do Atlético.
Com a documentação em dia, diretoria já constituída, com o time formado e o Estádio Antonio Carneiro (o Carneirão), pronto, só faltava disputar o campeonato baiano de profissionais.
A diretoria do Atlético fora à Federação Baiana de Futebol para convencer ao então interventor, Dr. Cícero Bahia Dantas, à inclusão no campeonato. Mesmo não garantindo, prometeu lutar, alegando as qualidades do Estádio do Carneirão, que era um dos melhores do estado. Não deu tempo em atender a reivindicação por Ter sido substituído pelo Dr. Jorge Radel que deu a triste notícia: “o Atlético não deverá participar do campeonato de 71, os novos estatutos não permitem”.
Com o prestígio do então Prefeito de Alagoinhas, Dr. Murilo Cavalcante, que levou a Diretoria ao Governador do Estado, Dr. Luiz Viana Filho, para exporem a situação, veio o sinal verde, após interferir junto a FBF.
A primeira partida amistosa, disputada pelo Atlético, foi em 30 de janeiro de 1971, num jogo amistoso, no Estádio do Carneirão, contra o Fluminense de Feira de Santana, em que fora vencido pelo placar de 1 x 0.
A primeira partida oficial, válida pelo Campeonato Baiano/71, foi no dia 11 de abril de 1971, também no Carneirão, contra o Leônico, em que o Atlético venceu pelo escore de 2 x 1. O primeiro gol surgiu aos 37 minutos da fase inicial, quando Dida recebeu um lançamento de Olívio, driblou dois zagueiros e da entrada da grande área, chutou no ângulo esquerdo do goleiro “adversário”, sem chance de defesa. Alegria total nas arquibancadas, era gol do Atlético. No segundo tempo, o Leônico voltou ameaçador empatando aos 18 minutos, emudecendo por completo a plateia que lotava o estádio. Mas, houve uma reação, jogando melhor e, aos 43 minutos, Dida aproveitando a cobrança de um escanteio, pela direita, fez um bonito gol, levando a torcida ao delírio e, um carnaval tomou conta da cidade. Era o Atlético ingressando no cenário esportivo profissional.
Um novo Clube, que unificasse todos os amantes de futebol da cidade sob uma só bandeira, assim surgiu o Alagoinhas Atlético Clube, Fundado no dia 02 de Abril de 1970, e a sua Sede fica localizada na Praça Professor Mário Laerte, s/n, no Centro de Alagoinhas.
Sócio fundador, conselheiro e torcedor apaixonado, Saturnino Peixoto Pinto concentrou seu poder de imaginação para criar o escudo do Atlético, clube de seu coração e, explicando seu significado:“O escudo é de forma circular e sua periferia é contornada por uma roda dentada em esmalte sable (preto), significando pela forma, o trabalho e, pela cor, a prudência e o poder. Segue-se a faixa concêntrica em metal prata (brancol), significando pureza e paz, Nessa faixa está colocada a legenda Alagoinhas Atlético Clube, sendo separada por três estrelas que representam os elementos da natureza: Terra, Água e Ar. O círculo central, em esmalte galês (vermelho), significa soberania e luta e nele está localizada as letras “AAC”, de traçado concêntrico e em metal prata (branco)”.
O “pai da ideia” foi o desportista, conselheiro e sócio-fundador Heraldo Aragão. Com outros desportistas (Edvalson Lima e Walter Campos), todos eles sentiram a necessidade de criarem um fato que lembrasse o Atlético, nesse evento, que seria a invenção do símbolo do clube. O Radialista Antonio Pondé visualizou um boneco, com a cabeça em forma de laranja, para ser o mascote, o que não vingou. Na época, havia um feirante que vendia folhas medicinais que possuía um pássaro, o carcará, que fora lembrado por Heraldo e, procurando-o, combinou para no dia dessa festa, levasse seu pássaro para o estádio e desse uma exibição diante da torcida. Foi uma sensação, mas diante de tanta gente, o animal ficou assustado e, bateu asas sumindo, levando o dono ao desespero, pela perda, vindo a cobrar do pai da ideia, a quantia de 50 mil cruzeiros de indenização. Mas felizmente o pássaro voltou, para alegria não só do dono, como também, de Heraldo Aragão que seria obrigado a desembolsar tal quantia.
A partir daí, o Carcará, já consagrado, passou a ser o símbolo do Atlético.
Com a documentação em dia, diretoria já constituída, com o time formado e o Estádio Antonio Carneiro (o Carneirão), pronto, só faltava disputar o campeonato baiano de profissionais.
A diretoria do Atlético fora à Federação Baiana de Futebol para convencer ao então interventor, Dr. Cícero Bahia Dantas, à inclusão no campeonato. Mesmo não garantindo, prometeu lutar, alegando as qualidades do Estádio do Carneirão, que era um dos melhores do estado. Não deu tempo em atender a reivindicação por Ter sido substituído pelo Dr. Jorge Radel que deu a triste notícia: “o Atlético não deverá participar do campeonato de 71, os novos estatutos não permitem”.
Com o prestígio do então Prefeito de Alagoinhas, Dr. Murilo Cavalcante, que levou a Diretoria ao Governador do Estado, Dr. Luiz Viana Filho, para exporem a situação, veio o sinal verde, após interferir junto a FBF.
A primeira partida amistosa, disputada pelo Atlético, foi em 30 de janeiro de 1971, num jogo amistoso, no Estádio do Carneirão, contra o Fluminense de Feira de Santana, em que fora vencido pelo placar de 1 x 0.
A primeira partida oficial, válida pelo Campeonato Baiano/71, foi no dia 11 de abril de 1971, também no Carneirão, contra o Leônico, em que o Atlético venceu pelo escore de 2 x 1. O primeiro gol surgiu aos 37 minutos da fase inicial, quando Dida recebeu um lançamento de Olívio, driblou dois zagueiros e da entrada da grande área, chutou no ângulo esquerdo do goleiro “adversário”, sem chance de defesa. Alegria total nas arquibancadas, era gol do Atlético. No segundo tempo, o Leônico voltou ameaçador empatando aos 18 minutos, emudecendo por completo a plateia que lotava o estádio. Mas, houve uma reação, jogando melhor e, aos 43 minutos, Dida aproveitando a cobrança de um escanteio, pela direita, fez um bonito gol, levando a torcida ao delírio e, um carnaval tomou conta da cidade. Era o Atlético ingressando no cenário esportivo profissional.
Pôster, da década de 30: Galícia Esporte Clube – Salvador (BA)
segunda-feira, 9 de julho de 2018
João Máximo é jornalista de O Globo, jornal com sede na cidade do Rio de Janeiro (RJ)
João Máximo é jornalista de O Globo, jornal com sede na cidade do Rio de Janeiro (RJ)
JOÃO MÁXIMO
JOÃO MÁXIMO
FUTEBOL BRASILEIRO fez 100 anos em 1995, mas ninguém comemorou.
Não houve um grande jogo internacional, nenhum torneio,
nem uma festa, nada que lembrasse a data. Até mesmo nossas
emissoras de televisão – sempre tão atentas às efemérides – deixaram o
aniversário passar em branco. Se produziram especiais dedicados ao futebol,
eles nada tinham a ver com os 100 anos. Afinal, como justificou um
de seus produtores, quem garantia que eram mesmo 100 anos? Quem
disse que nosso futebol só começou a existir 1895? Não teria a bola rolado
antes pelos campos deste imenso país?
Certamente, há algo de arbitrário na data que os historiadores elegeram
para assinalar o nascimento do futebol brasileiro. Mas, arbitrária
que seja, é a que melhor cabe como ponto de partida para tudo o mais.
Nenhuma outra nos fala tão bem de quando, onde, como e, principalmente,
por que o futebol brasileiro nasceu. Ou por que, nascendo de
uma forma, tornou-se adulto de outra.
Foi realmente em 1895 que Charles Miller, paulistano filho de ingleses,
voltou de Southampton depois de ter cursado a Banister Court School.
Filhos de boas famílias, como se dizia, iam estudar na Europa, pouco
importava que já tivéssemos bons colégios por aqui. E, sobretudo, se
eram descendentes de europeus, faziam as malas tão logo completassem
a idade para cursar o ginásio. Caso de Charles. Que foi, estudou, conheceu
a terra dos pais, fez amigos e, nas horas vagas, descobriu um novo e
fascinante brinquedo: the football.
O esporte já era então obrigatório nos recreios escolares britânicos.
Isso desde a década de 1840, quando a rainha Vitória, aconselhada pelo
pedagogo Thomas Arnold, pôs fim à proibição soberana que, por séculos,
seus antecessores andaram impondo ao mass football, jogo de rua,
violento, às vezes fatal, que vinha de antiga tradição: a da disputa de uma
bola de bexiga de boi, envolvida em couro, que o sapateiro de Derby
atirava ao alto na terça-feira gorda, para que dois times – 50 ou mais
jogadores da cada lado – tentassem fazê-la passar pela porta da cidade
defendida pelo time adversário. Ou seja, o goal. Para tanto, valia-se de
tudo, socos, pontapés, cotoveladas, gravatas, golpes sujos. Consta que
essa primitiva peleja teria sua origem em um episódio ocorrido quando da expulsão dos dinamarqueses de solo britânico no século XI. Para comemorar
o feito, os habitantes de Derby teriam organizado um jogo
usando como bola o crânio de um oficial invasor morto em combate. Por
menos que se acredite nessa versão algo sinistra, foi mesmo como comemoração
cívica que o primeiro sapateiro de Derby começou a atirar a
bola ao alto, uma vez por ano, nas festas do condado.
Mas por que só então a rainha Vitória decidira que os jovens ingleses
poderiam e até deveriam se entregar a esporte tão primitivo, tão bárbaro?
A ideia, já vimos, foi de Arnold. Como as escolas oficiais inglesas
começavam a ser frequentadas por meninos de uma classe média em
ascensão, os nobres de verdade se misturando com os que tinham dinheiro
para comprar nobreza, o pedagogo previu que idéias novas, reformistas,
revolucionárias mesmo, poderiam contaminar os futuros homens
do Império britânico. Com o futebol, os meninos não perderiam tempo
conversando nos recreios, trocando idéias; os nobres poderiam ser influenciados
pelos plebeus, cabeças se fazendo, segundo Arnold, na direção
errada. Além disso, o que haveria de mais eficaz e menos perigoso para
canalizar as energias dos jovens, 11 de um lado, 11 de outro, correndo
atrás de uma bola, brigando por ela durante a hora do recreio?
Quando Charles Miller voltou para São Paulo, trazendo na bagagem
camisa, calção, chuteiras e duas bolas oficiais, porém, o futebol já
deixara de ser atividade escolar alienante para se transformar em esporte
organizado, difundido entre clubes e universidades. Charles voltou em
1895, mas em 26 de outubro de 1863 já havia sido fundada na Freemason’s,
taberna da Great Queen’s Street, centro de Londres, The Football
Association, a entidade que até hoje rege o futebol na Inglaterra. Já existiam,
portanto, as regras, os grandes clubes, os campeonatos, as taças.
Quando Charles voltou, enfim, o futebol já era um esporte e não um
antídoto de reformas sociais.
Mas voltemos ao Brasil com Charles. Esqueçamos os nascimentos
não documentados, que nos falam de holandeses jogando bola nas areias
de Recife em 1870, de ingleses improvisando rachas na praia da Glória
carioca em 1874, dos marinheiros do Crimeia fazendo o mesmo num
capinzal próximo da residência da princesa Isabel em 1878, de funcionários
de uma firma paraense de navegação enfrentando os de uma companhia
de gás na Belém de 1890, além de empresários ingleses que muito
antes, em 1876, já haviam ensaiado seus dribles no interior de São Paulo.
Esqueçamos tudo isso para nos limitarmos ao que está devidamente documentado:
o primeiro match em terra brasileira promovido por Charles Miller – com uma daquelas bolas, num terreno baldio da várzea do Carmo,
entre as ruas Santa Rosa e do Gasômetro – na manhã de domingo, 14 de
abril de 1895. Esqueçamos os demais possíveis nascimentos para ficarmos
com este que, além de documentado, contém, mais que qualquer
outro, a verdadeira semente do futebol brasileiro. Sim, porque tal semente
foi plantada em terreno muito mais nobre do que um campinho
de várzea pode sugerir: o jardim da alta classe média paulistana.
Lembremos que o Brasil do fim do século XIX era um país em
busca de caminhos. Nisso, mudou pouco desde então. Em 1895, o ano
que nos interessa aqui, tínhamos menos de oito décadas de Independência,
apenas seis de República e não mais que sete de Abolição. Portanto,
o país ainda estava todo por fazer. A capital federal não era exatamente
uma cidade maravilhosa. Como a descreve Luiz Edmundo em O Rio de
Janeiro do meu tempo:
“A cidade é um monstro onde as epidemias se albergam dançando
sabots magníficos, aldeia melancólica de prédios velhos e
acaçapados, a descascar pelos rebocos, vielas sórdidas cheirando
mal, exceção feita à que se chama rua do Ouvidor, onde o homem
do ‘burro-sem-rabo’ cruza com o elegante da região tropical,
que traz no mês de fevereiro sobrecasaca preta de lã inglesa
e dilui-se em cachoeiras de suor. O povo está sem instrução. A
indústria, desprotegida. Os serviços públicos, de molas perras...”
São Paulo era melhor, mas não muito. Tinha o café, tinha as indústrias,
tinha uma sociedade patriarcal comprometida com o progresso. Mas,
a exemplo do Rio de Janeiro, também tinha pobreza. Ou melhor, uma
população desvalida, perto de miserável, nada semelhante ao “elegante
da região tropical” de que nos fala Luiz Edmundo a propósito da capital
federal. Na São Paulo de 1895 (aliás, como em qualquer época ou lugar),
povo era povo. E elite, elite. Tinha mesmo tintas de nobreza a elite
paulistana, incluindo condes, barões, duques, títulos conseguidos menos
por genealogia nobiliárquica do que pelo prestígio que o dinheiro podia
comprar. Alguns até brasões ostentavam. Educavam seus filhos nos melhores
colégios, faziam as filhas se casarem com jovens de sobrenomes
ilustres como os seus, impunham-se enfim como cérebro e coração do
núcleo familiar. A elite paulistana era mais numerosa e mais abastada que
a carioca. Muitos de seus patriarcas vinham da Europa ou descendiam de
europeus: italianos, alemães, portugueses, suíços, ingleses. Como os
introdutores do futebol nos principais centros brasileiros: Charles Miller,
em São Paulo, e Oscar Cox, no Rio.
Foi com jovens de boas famílias como a sua, até então interessados
em críquete, golfe, tênis e similares, que Charles plantou a semente. Ensinou-lhes
os fundamentos do futebol, dividiu-os em dois times, escalou
um dos seus amigos para juiz, outro para bandeirinha, e lá foram todos
fazer história na várzea do Carmo. Depois, realizaram novos jogos em
campo literalmente mais nobre: o gramado da chácara da também britânica
família Dooley, no bairro do Bom Retiro. Daí, sempre entre a elite,
foram surgindo os primeiros times de verdade. Em 1896, o São Paulo
Athletic Club, fundado oito anos antes, seria o primeiro a aderir ao novo
esporte, logo seguido do Sport Club Germania (1889), de Mackenzie
Athletic Association (1898), Sport Club Internacional (1898), Clube
Atlético Paulistano (1900), já com nome aportuguesado. Em Campinas,
fundou-se a Associação Atlética Ponte Preta (1900). No Rio de Cox, o
Fluminense Foot-ball Club (1902), o Rio Foot-ball Club (1902), o
Botafogo Foot-ball Club, o America Foot-ball Club, o Bangu Athletic
Club (os três últimos em 1904). Flamengo e Vasco da Gama já existiam
desde o fim do século, ambos dedicando-se ao remo: o primeiro, só criaria
seu departamento de futebol em 1911; o segundo, em 1923. Em Porto
Alegre, foi fundado o Esporte Clube Rio Grande (1900); em Minas, o
Sport Club Belo Horizonte (1904); em Recife, o Club Náutico Capeberibe
(1901); em Salvador, o Vitória Foot-ball Club (1905). Vale ressaltar que
há apenas um ponto comum entre todos os momentos dessa gênese: aqui e
ali o futebol brasileiro nasceu como brinquedo de menino rico. Ou quase.
Muito diferente, por exemplo, do que ocorreu no Uruguai. Se toda
a primeira infância do futebol brasileiro – de 1895 até o fim da terceira
década do século – foi vivida por gente socialmente bem situada, culta,
afinada com os elegantes da região tropical do Rio e com os patriarcas
enobrecidos de São Paulo, no Uruguai suas raízes são profundamente
populares. Os ingleses que gerenciavam as indústrias de Montevidéu fizeram
o mesmo que Thomas Arnold aconselhara à rainha Vitória: usar o
futebol como instrumento de alienação. Enquanto os operários, em seus
dias e horas de folga, gastassem suas energias correndo atrás da bola, não
pensariam em reivindicar maiores salários e melhores condições de trabalho.
Como Arnold, os gerentes estimulavam os trabalhadores à prática
de esporte, notadamente do futebol, como um gesto político. Bem diferente
do Brasil, razão pela qual os primeiros craques uruguaios eram
homens do povo, muitos deles negros, e os brasileiros, pelo contrário,
eram os Miller, os Dooleys, os Cox, os Nobiling, grã-finos do Rio, de
São Paulo, das grandes cidades. Por tal razão, o futebol uruguaio (também
o argentino, outro de origem mais popular que o nosso) seria por
muito tempo tecnicamente superior ao brasileiro.
É verdade que essa tese – a do melhor futebol ser um privilégio do
homem do povo – desperta controvérsias. Sociólogos, antropólogos, entre
outros estudiosos, têm denunciado sua falta de fundamento científico.
Mas, defendida por Gilberto Freyre no prefácio do livro de Mário Filho
O negro no futebol brasileiro, e por este corroborada nas páginas seguintes,
ela não deixa de ter sentido. Mais que isso, tem contornos de verdade.
E um dos seus mais eloquentes pontos de apoio é, ninguém menos
que, o primeiro craque a surgir no Brasil: Arthur Friedenreich. Filho de
alemão com negra brasileira, dividindo sua infância entre o clube fechado
do pai e as peladas democráticas do bairro da mãe, o mulato de olhos
verdes foi, até fins dos anos 20, uma espécie de estranho no ninho, um
homem do povo vestindo a mesma camisa dos jovens da elite, fazendo-se
campeão e artilheiro, chegando à seleção paulista e depois à brasileira,
tudo isso numa época em que nenhum de seus europeizados companheiros
e adversários jogava a metade de seu futebol.
É muito em função disso que se pode dividir a história do futebol
brasileira em várias fases. Em outras palavras, em fases que refletem o que
o esporte vem representando ao longo do tempo na sociedade brasileira,
sucessivamente como passatempo de poucos, esporte da elite, elemento
de integração, paixão popular, profissão, meio de afirmação nacional,
instrumento político, uma arte brasileira e finalmente como negócio
milionário e global dentro do qual o Brasil representa importante papel.
É verdade que a história do futebol brasileiro ainda está para ser
contada. Ainda não se dedicou a ela o tempo, a abrangência, o aprofundamento
devidos, um descaso típico de um país sem memória que deixa
passar em branco os cem anos de seu esporte nacional. Mas, sem pretendermos
contar aqui essa história, ousamos definir cada uma daqueles fases,
de resto tão arbitrárias quanto o ano de 1895, mas talvez legítimas o bastante
para vermos como o menino que nasceu rico chegou onde chegou.
Do futebol brasileiro como passatempo de poucos e como esporte
da elite, já falamos. Basta acrescentar que o homem do povo não teve
acesso a ele nessa primeira infância. Embora um ou outro pobre, um ou
outro negro, moços que de forma alguma poderiam frequentar um São
Paulo, um Fluminense, pouco a pouco fosse conquistando seu lugar nos
clubes de primeira divisão, era forte a oposição que se fazia a eles. O
futebol era declaradamente racista. Em 1921, por exemplo, ninguém menos que o presidente da República, Epitácio Pessoa, recomendou que
não se incluíssem mulatos na seleção brasileira que iria a Buenos Aires
para o Campeonato Sul-Americano. Era preciso projetar outra imagem
nossa no exterior, alegava o alto mandatário. Uma delegação de futebol não deixava de representar o país. E era absolutamente imperioso que o
país fosse representado por sua “melhor sociedade”. Uma recomendação
que deixava ainda mais indignado o romancista Lima Barreto, o mulato
de Todos os Santos que um ano antes, justamente pelo caráter
discriminatório do esporte, fundara no Rio a Liga Contra o Futebol. Opunha-se, evidentemente, ao acadêmico Coelho Neto, homem do aristocrático
Fluminense, cujos filhos eram craques do clube (um deles,
Preguinho, ainda chegaria à seleção brasileira e marcaria nosso primeiro
gol numa Copa do Mundo). Para Coelho Neto, o futebol era um magnífico
forjador de caráter. Em suma, um passatempo de poucos, um esporte
de elite.
Mas mesmo nos anos 20 – em que um Vasco da Gama podia ser
expulso da primeira divisão carioca por ousar ser campeão com um time
repleto de negros – já se notava certa integração entre as classes e as
raças. Em São Paulo, o Corinthians, fundado em 1910, seguia fiel às sua
origens nitidamente populares. No Rio, além do Vasco da Gama, clubes
como o América e o Bangu pareciam não concordar com Epitácio Pessoa.
É fato que em outras cidades as coisas não eram tão simples (Grêmio
Porto-Alegrense, por exemplo, proibia em seus estatutos que negros lhe
vestissem a camisa, proibição que só caducaria nos anos 50). Mas, de qualquer
forma, o brasileiro – torcida e jogador, jogador e jogador – ia-se
integrando por meio do futebol.
Quando e como o esporte terá virado paixão popular? É evidente
que não aconteceu da noite para o dia. Mas na heroica vitória brasileira
sobre uruguaios, no final do Campeonato Sul-Americano de 1919, disputado
no recém-inaugurado estádio do Fluminense, já havia menos de
esporte que de paixão. Friedenreich marcou o gol da vitória na terceira
prorrogação, foi carregado nos ombros da torcida pelas ruas da cidade,
teve as chuteiras expostas numa joalheria e consagrou-se como ídolo maior,
cognominado El Tigre pelos adversários. O futebol nunca estivera tão na
alma do povo. Dali em diante, a paixão só cresceria. Torcer tornar-se-ia
quase uma religião.
O profissionalismo, regime que seria oficialmente implantado em
1933, foi outro divisor de águas. E dos mais importantes. Uruguaios e
argentinos já o adotavam havia algum tempo. Basicamente, como modo
de evitar que seus melhores jogadores de origem italiana – os Nazassi, os
Monti, os Colaussi, os Guaita, os Orsi e os Mascheroni – corressem atrás
das liras italianas e se transferissem para o Torino, o Milan, o Juventus,
clubes que acabariam fazendo de alguns deles, oriundo naturalizados,
bicampeões mundiais em 1934-1938.
No Brasil, estranho que pareça, o avanço profissionalista teve como
causa uma ideia conservadora. Os clubes que perdiam campeonatos por
se negarem a ter em seus times jogadores negros (e seus times eram formados
obrigatoriamente por sócios-atletas, com direito a frequentar as
sedes sociais) decidiram decretar o novo regime. Assim, poderiam
arregimentar jogadores de qualquer raça ou condição social, contratados
como empregados, sem precisarem macular seu quadro social. Não foi
por acaso que as elites do Fluminense e do São Paulo estavam entre os
líderes do movimento profissionalista. O que, por sinal, resultou em séria
cisão no futebol brasileiro, só sepultada com a reunificação de 1937.
A profissionalização abriu definitivamente o caminho para que os
primeiros gênios do futebol brasileiro, a suceder Friedenreich, entrassem
em campo. Fausto dos Santos, Domingos da Guia, Leônidas da Silva,
Waldemar de Brito e depois uma longa e ilustre galeria de Zizinho a
Pelé. Integrado, profissionalizado e temperado na paixão, o futebol brasileiro
seria devidamente coroado em 1970 com o tricampeonato mundial
no México e a conquista definitiva da Taça Jules Rimet. Foi uma caminhada
vitoriosa, mas nem por isso livre de malogros e frustrações. Porque,
no meio dela, à medida que amadurecia dentro do campo, o futebol
brasileiro via-se vítima de distorções nas arquibancadas. Talvez porque o
país tivesse tão pouco do que se orgulhar, o futebol converteu-se num
equivocado meio de afirmação nacional. Ganhar uma Copa do Mundo
passou a ser, desde nosso terceiro lugar na de 1938, uma espécie de termômetro:
era isso que iria dizer se éramos ou não uma grande nação.
Claro, não pensavam assim os mais lúcidos, os mais bem informados, os
que viam o Brasil com olhos que não os do torcedor. Mas para este, ser
campeão mundial era o atestado de nossa grandeza. Motivo de ter ele
encarado como tragédia nacional a derrota para os uruguaios em 1950,
em pleno Maracanã erguido justamente para festejarmos a vitória. Motivo
também de duvidarmos de nosso talento, de nossos brios, de nosso
patriotismo, quando da derrota para os húngaros em 1954. Os equívocos
se repetiriam até nos tão ansiados dias de glória, as conquistas de 1958,
1962 e 1970. “Com o brasileiro não há quem possa...”, cantava-se após a
primeira. “Ninguém segura este país!”, exclamava-se depois da última.
Muito tempo passaria até que o torcedor brasileiro começasse a
perceber que a seleção brasileira era uma coisa e o Brasil, outra. Que o
futebol, eterna paixão, não era o que o dramaturgo Nélson Rodrigues
rotulou de “a pátria em chuteiras”. Era, sim, um brinquedo levado muito a sério.
Um brinquedo que sempre foi usado pela política. Epitácio Pessoa
não foi o primeiro a ver na seleção brasileira uma espécie de representação
diplomática. Nem seria o último. Mas nunca futebol e política andaram
tão de mãos dadas por aqui como nos anos que se seguiram ao tri de
1970. Para começar, o general presidente era um torcedor confesso, desses
de acompanhar os jogos com radinho de pilha colado ao ouvido.
Naqueles tempos de regime militar, havia apenas dois partidos no Brasil,
a Arena (do governo) e o MDB (de uma oposição controlada). Passada a
Copa do Mundo do México, Brasília interveio na CBD (hoje CBF) forçando
João Havelange a renunciar à sua presidência e nomeando para
substituí-lo o Almirante Heleno de Barros Nunes, não por coincidência
presidente da Arena fluminense. A partir daí os participantes do Campeonato
Brasileiro foram sendo indicados por convite da CBD e não por critérios
técnicos. Dentro do humor que ainda lhe era permitido, o torcedor
cunhou um dito não desprovido de fundamento: “Onde a Arena vai
mal, um clube no Nacional…” Isto é, aos estados ou cidades em que o
partido do governo estava ameaçado de perder as eleições, o almirante
tentava agradar, arrebanhar votos, convidando mais de um clube para
disputar o Campeonato. Como resultado, a competição chegou a ter mais
de 70 participantes, um gigantismo que muito contribuiu para um período
de declínio técnico do futebol brasileiro. Com o excesso de jogos, os
times já não tinham tempo para treinar, recuperar seus jogadores do desgaste
físico, investir como antes nas divisões de base. A renovação de
craques, antes um de seus trunfos, fazia-se mais lentamente. Se a Copa
do Mundo era mesmo um termômetro (não do país, mas da qualidade
do futebol), está explicado por que a seleção brasileira ficaria 24 anos
sem ao menos chegar a uma final.
Mas não há como não reconhecer que o passatempo de poucos,
esporte de elite, cresceria para ser uma instituição brasileira. Nenhum
patriotismo tolo, nenhuma xenofobia descabida, nada disso deve ser confundido
com a afirmação de que o futebol brasileiro chegaria ao fim do
século como o que mais e melhor contribuiu para o encanto do jogo, o
aperfeiçoamento de sua técnica, a elevação do esporte às dimensões de
pura arte (pelo menos é assim que se referem ao futebol brasileiro nossos
cronistas mais poéticos e arrebatados, criando, com o pensamento em
nossos incontáveis gênios da bola, o termo futebol-arte). Nenhum, enfim,
voou tão alto.
Muitos fatos o atestam: nenhum país ganhou tantos títulos mundiais,
nenhum outro serviu de berço a tantos craques extra-classe, nenhum
esteve presente em todas as Copas do Mundo, nenhum é tão res peitado, admirado e temido por seu futebol. O negócio milionário e global
em que o futebol se transformou nesta última década não seria o que
é sem o Brasil. Podemos formar uma seleção em nível mundial só com
jogadores que atuam em clubes da Itália, da Espanha, da Alemanha, da
Inglaterra, da França, da Holanda. Todos valendo seu peso em ouro. Já
podemos nos orgulhar disso. Agora, mais maduros, sem os equivocados
exageros que nos levaram um dia a medir o Brasil pela qualidade de seu
jogo. Já nos sabemos grandes ou pequenos, independentemente de Pelé
ou de nossos cabeças-de-bagre. Ainda bem.
Mas a história do futebol brasileiro, que ainda está para ser contada,
tem sido tão rica, tão emocionante, tão feita de grandes momentos,
que é mesmo imperdoável não termos comemorado com todas as pompas,
em 1995, o centenário do primeiro chute de Charles Miller naquela
várzea paulistana.
João Máximo é jornalista de O Globo, jornal com sede na cidade do Rio de Janeiro (RJ)
quinta-feira, 5 de julho de 2018
A atividade física na terceira idade. Benefícios aos seus praticantes
A atividade física na terceira idade. Benefícios aos seus praticantes
La actividad física en la tercera edad. Los beneficios para sus practicantes
1. IntroduçãoLa actividad física en la tercera edad. Los beneficios para sus practicantes
*Especialista da Faculdade Sogipa de Educação Física
**Doutor da Escola de Educação Física da UFRGS
(Brasil)
Patricia Silveira Daneres*
Rogério da Cunha Voser**
rogerio.voser@ufrgs.br
Resumo
O presente
estudo apresenta uma revisão de literatura que visa mostrar a importância da
pratica de atividades físicas regulares na melhoria da qualidade de vida na
terceira idade. Pesquisas têm comprovado o importante papel dos exercícios para
que o idoso tenha um envelhecimento saudável no campo psicológico, social,
físico e biológico. Este estudo mostra também que não se pode alterar o
processo de envelhecimento. Contudo, é possível que o idoso venha a ter mais
autonomia para as praticas de suas atividades de vida diária, com maior
qualidade de vida.
Unitermos: Atividade física. Exercício.
Terceira idade. Envelhecimento. Idoso.
Sabe-se que a população de idosos está aumentando em todo o mundo. No Brasil não é diferente, pesquisas mostram o aumento da expectativa de vida da população brasileira e, com isso, também há um aumento na preocupação social com o bem estar físico e psicológico desses indivíduos.
Quando o adulto é inserido na chamada “terceira idade”, se sente rotulado como: velho, incapaz, inútil; geralmente é nessa faixa etária que o individuo está se aposentando e sua rotina diária também muda, muitas pessoas só em pensarem na aposentadoria se sentem deprimidas, acham que vão ficar isolados, sozinhos, só restando esperar pelo fim, pois acabam não encarando o processo de envelhecimento com naturalidade. Imaginar que tudo piora com o envelhecimento é ter uma imagem negativa desse processo. Ao contrário do que se pensa as pessoas velhas não tem uma saúde debilitada.
Nesse contexto é que entram as atividades físicas, pois os idosos voltam a ter uma rotina, um convívio social (geralmente em grupos) que mostra para eles que a vida não acabou que agora é o momento de aproveitar.
Estudos mostram que adultos maiores de 60 anos que praticam uma atividade física regularmente (2 a 3 vezes na semana) apresentam uma melhora funcional nas atividades da vida diária (AVD) e, como resultado disso sentem-se menos ansiosos e menos depressivos, o que é comum na terceira idade (THOMAS e NELSON, 2001; NÓBREGA et al, 1999; PIRAI, 2003; ZIMERMAN, 2000).
Baseado no exposto este artigo foca na importância da atividade física para a população idosa
Para tanto, este estudo de revisão de literatura objetiva apresentar as idéias de autores que relacionam a prática de atividade física e exercícios com a melhoria integrada do campo biológico (físico), psicológico e social na vida dos idosos.
Segundo Lakatos e Marconi (1991), uma pesquisa bibliográfica se propõe a fazer uma avaliação crítica na literatura existente. Em seu plano de coleta de dados tem os seguintes passos: Identificação das fontes, Localização das fontes, Compilação, Fichamento, Análise e interpretação e por fim, a Redação.
2. Alterações bio-psicossociais
As características mais importantes do envelhecimento humano são, pois, a sua individualidade e diversidade. As mudanças que vão ocorrendo nas dimensões biológica, psicológica e social podem ocorrer em ritmos diferentes (TERRA e DORNELLES, 2003).
O envelhecimento provoca alterações físicas, psicológicas e sociais no indivíduo, que ocorrem de modo natural e gradativo, podendo se verificar em idade mais precoce ou avançada e em maior ou menor grau, de acordo com as características de cada pessoa e principalmente com o modo de vida de cada um (ZIMERMAN, 2000).
A seguir pode-se observar as mudanças citadas pelos autores.
Figura 1. Ciclo vicioso associado ao envelhecimento e inatividade física
2.1. Alterações biológicas (fisiológicas)
O envelhecimento imprime alterações naturais em todo organismo, sendo que seu processo biológico traduz-se por um declínio harmônico de todo conjunto orgânico, tornando-se mais acelerado a partir dos 70 anos de idade (MAZO, LOPES e BENEDETTI, 2001 p.58).Do ponto de vista fisiológico o envelhecimento é um processo que não ocorre necessariamente em paralelo ao avanço da idade cronológica, apresentando considerável variação individual; este processo surge acompanhado por uma série de modificações nos diferentes sistemas do organismo, seja a nível antropométrico, muscular, cardiovascular, pulmonar, neural ou de outras funções orgânicas que sofrem efeitos deletérios, além do declínio das capacidades funcionais e modificações no funcionamento fisiológico (MATSUDO e MATSUDO 1993).O envelhecimento é marcado por um decréscimo das capacidades motoras, redução da força, flexibilidade, velocidade e dos níveis de VO2 máximo, dificultando a realização das atividades diárias e a manutenção do estilo de vida saudável (MARQUES, 1996).Hayflick (1996) afirma que há grandes evidências de declínios relacionados ao processo cognitivo envolvendo a capacidade de manter atenção, a memória, a velocidade de processar informações, a emissão de conclusões e a interpretação e compreensão do discurso.É possível apontar as alterações fisiológicas que acontecem durante o processo de envelhecimento em vários níveis, segundo Matsudo e Matsudo (1993) essas mudanças são as seguintes:
Antropométricas - increment o no peso, diminuição da massa livre de gordura, diminuição da altura, incremento da gordura corporal, diminuição da massa muscular, diminuição na densidade óssea; Muscular - perda de 10-20% na força muscular, diminuição na habilidade para manter a força estática, maior índice na fadiga muscular, menor capacidade de hipertrofia, diminuição no tamanho e no numero de fibras musculares, diminuição na atividade ATPase miofibrilar; Cardiovascular - diminuição do débito cardíaco, diminuição na freqüência cardíaca, débito cardíaco, diminuição do volume sistólico, diminuição de utilização de O2 pelos tecidos, diminuição do VO2 máximo, aumento da pressão arterial, aumento na diferença arteriovenosa de O2, menor capacidade de adaptação e recuperação do exercício. Pulmonar – diminuição na capacidade vital, aumento no volume residual, aumento do espaço morto anatômico, aumento da ventilação durante o exercício, menor mobilidade da parede torácica, diminuição da capacidade da difusão pulmonar; Neural - diminuição no número e tamanho dos neurônios diminuição na velocidade de condução nervosa, aumento do tecido conectivo dos neurônios, menor tempo de reação, menor tempo de velocidade de movimento, diminuição do fluxo sangüíneo cerebral; Outros - diminuição da agilidade, coordenação, do equilíbrio, diminuição da flexibilidade, diminuição da mobilidade articular, aumento na rigidez de cartilagem, tendões e ligamentos.Outro autor, Pont Géis (2003), também faz citações a respeito das alterações que ocorrem fisicamente no nosso corpo:
A pele: Acontece a atrofia das glândulas sudoríparas e dos folículos pilosos, diminuindo assim, a capacidade de produzir suor e dificultando a manutenção da temperatura corporal, além de haver a degeneração do suporte de colágeno. Esqueleto e músculos: Observa-se uma diminuição na velocidade de contração muscular e uma atrofia das fibras que compõem essa musculatura; também, em maior ou menor grau, a perda de mineralização óssea (osteoporose). Há ainda uma diminuição dos movimentos articulares devido às mudanças degenerativas e a falta de uso. Visão: Ocorre o presbitismo (vista cansada), assim como também ocorre a diminuição da produção de lágrimas. No cristalino podem aparecer formas de descontinuidade ou cataratas. Audição: Devido a acumulação de cerume, freqüentemente tampões de cera e hipoacusia secundária ocorrem nessa fase. Aparelho circulatório: Ocorre uma diminuição da circulação de retorno em nível venoso, aparecerão varizes e edemas nos pés e tornozelos. Há a também chances de aterosclerose, que terá repercussão em todos os órgãos e sistemas do organismo. Coração: Distúrbios elétricos cardíacos com diferentes graus de bloqueio e de arritmia. Pulmões: Tendência a obstrução das vias aéreas, fundamentalmente os brônquios de pequeno tamanho. A caixa torácica torna-se mais rígida. Sistema nervoso: Devido à involução senil, há uma menor velocidade de aprendizagem e diminuição da capacidade de evocação. Ocorre também uma lentidão global nas funções sensório-motoras.2.2. Alterações psicológicasComumente acredita-se que nenhuma doença é inteiramente livre da influência psíquica e que tratar de um doente é mais do que conhecer e curar sua enfermidade. Na geriatria esse princípio tem uma aplicação ainda maior porque não há no idoso enfermidade que seja às vezes físicas e às vezes psíquicas (VIEIRA, 1996 p.132).Segundo Zimerman (2000, p. 28):“Vivemos em uma sociedade em que a expectativa é ser adulto. [...] Não se imagina um velho feliz e até prefere nem pensar na velhice, como se o velho já fosse um semimorto ou alguém com uma doença infectocontagiosa. [...] O pior é que esse tipo de pensamento não é comum só entre os jovens. O próprio velho se autodiscrimina, vê-se como um peso morto, como alguém que já fez a sua parte, já teve seu papel no mundo (...).”Segundo Gatto (1996), um fator que pode intensificar o quadro de crise emocional, é o preconceito que o velho pode ter desenvolvido durante sua vida sobre o envelhecimento como algo negativo, vendo o idoso como um peso, um ser frágil, doente, improdutivo, difícil de conviver, conservador, pessimista e inseguro, egocêntrico, avarento, dependente, desleixado, irritado, chato, não valorizando os aspectos positivos como: a sabedoria, a moderação, a maturidade e o autocontrole.Descreve Spielberger (1981), que a ansiedade como fator psicológico, está entre os problemas mais comuns enfrentados na vida. Ele define ansiedade como um estado emocional, que consiste de uma combinação singular de pensamentos e sentimentos desagradáveis e de alterações fisiológicas internas, fazendo parte de espectro normal das experiências humanas, sendo propulsora do desempenho.O mesmo autor cita ainda que, com o avanço da idade, a maioria das pessoas tornam-se cada vez mais vulneráveis a uma série de agentes provocadores de tensão, como a preocupação com a saúde, perdas pessoais, futuro, segurança econômica ou espontaneamente, sem uma explicação clara das causas destas preocupações..
2.3. Alterações sociais
A competitividade, a capacidade para o trabalho, a independência e a autonomia, muitas vezes, não conseguem ser acompanhadas pelos idosos. Essas mudanças estão relacionadas à velhice. Nessa fase, pode-se considerar que os idosos perdem parte do seu ritmo de trabalho; o idoso é colocado em segundo plano quanto à vida social (VELOZ; NASCIMENTO-SCHULZE; CAMARGO, 1999; RAMOS, 2002).Segundo Zimerman (2000 p.24), o envelhecimento social da população traz uma modificação no status do velho e no relacionamento dele com outras pessoas em função de:
Crise de identidade, provocada pela falta de papel social, que levara o velho a uma perda de auto-estima.
Mudanças de papéis na família, no trabalho e na sociedade. Com o aumento de seu tempo de vida, ele deverá se adequar a novos papéis.O principal problema das pessoas de idade é o interesse pelo futuro, sentir-se parte da sociedade estar dispostas a influir nela (REPRESAS, 2000 p. 181).A aposentadoria pode ser assim vista, transforma-se de sonho, em duro pesadelo de pessoas “sem função”, quando se vêem sem seu “papel produtivo”. É fácil entender essa situação, uma vez que as pessoas, de modo geral, são valorizadas, durante toda sua vida, principalmente pela sua atividade profissional desenvolvida (MARCELLINO, 1996 p.44).Conforme Mota (1990), no que diz respeito à questão da família e das relações afetivas, o envelhecimento ocasiona outros fenômenos, como a solidão e o sentimento de perda, em função da independência dos filhos, viuvez e esvaziamento da casa. A diminuição da célula familiar e a inserção da mulher no mercado de trabalho são fatores que dificultam o atendimento às necessidades do idoso, sobretudo em casos de doença, ou até mesmo incapacidade motora. Segundo Assis (2004, p. 15), “nos grandes centros urbanos são agravantes a distância entre as moradias, as dificuldades do trânsito e o pouco tempo e/ou interesse de adultos e jovens para o contato mais estreito com seus familiares idosos”.O idoso na sua vida social familiar nem sempre consegue desempenhar um papel de relevância. Fatores diversos contribuem para que tal fato ocorra numa freqüência cada vez maior. Quando mantenedores do grupo familiar, o idoso ainda consegue obter prerrogativas importantes como indivíduo, como cidadão. Mas aqueles que por doença, ou por poucos recursos econômicos, se tornam totalmente dependentes da família, enfrentam diversas situações constrangedoras, como o descaso e o desrespeito (NETO e CRUZ, 2000).
3. Os benefícios da atividade física no processo de envelhecimento
A atividade física é conceituada como todo movimento corporal produzido por músculo que resulta em gasto de energia, enquanto que o exercício físico é conceituado como toda atividade planejada, estruturada e repetida que tem como objetivo melhorar a aptidão física relacionada à saúde. A aptidão física relacionada à saúde é conceituada como um conjunto de variáveis do condicionamento físico (força, flexibilidade, aptidão aeróbia e composição corporal) que contribuem para a execução das tarefas do cotidiano (CASPERSEN, POWELL, CHRISTENSON, 1985).A atividade física é definida pela totalidade das ações diárias, envolvendo as rotinas de trabalho, as atividades da vida cotidiana, o lazer, os exercícios físicos e as práticas esportivas (MANIDI e MICHEL, 2001).Associação entre a prática de atividade física (AF) e melhor padrão de saúde tem sido relatada na literatura há muito tempo e tem aumentado na década atual (STEPHENS, 1983).Esses estudos evidenciaram uma relação inversa entre o nível de atividade física e a diminuição da mortalidade (THOMAS e NELSON, 2001).O reconhecimento da importância da AF para a saúde da nação também influenciou toda pesquisa em saúde pública; a maior parte dos estudos populacionais que examinam doenças crônicas incorporou a avaliação da AF em seus estudos.A atividade física constitui-se num recurso importante para minimizar as alterações provocadas pelo envelhecimento, sendo um fator importante na prevenção e tratamento de doenças crônico-degenerativas, sendo essenciais por permitir e preservar a independência e autonomia do idoso, possibilitando com isso a manutenção de uma vida ativa (NÓBREGA et al, 1999).
Fonte: NÓBREGA et al., 1999, p. 208
Atualmente temos mais de 2 milhões de mortes atribuídas a inatividade física a cada ano no mundo inteiro (WASHBURN, SMITH, JETTE, 1993).
Há cada vez mais evidências científicas apontando o efeito benéfico de um estilo de vida ativo na manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento. Podemos acrescentar que a pratica regular de uma atividade física melhora a coordenação motora, o equilíbrio, o ganho de flexibilidade, a velocidade ao andar, diminui o risco de doenças cardiovasculares, promove maior sensação de bem estar.
Geis (2003) compara o corpo humano com uma máquina, que se não é utilizado com o passar do tempo, vai se danificando. Assim como a máquina o corpo humano precisa de movimento.
Para Piraí (2003), a prática regular de exercícios pode resultar em benefícios psicológicos, como a diminuição dos sintomas da depressão e o aumento da auto-estima.
Zimerman (2000) cita os objetivos e benefícios da atividade física:
- Melhora as condições musculares (força e resistência) e articulares (mobilidade).
- Melhora a flexibilidade.
- Previne e melhora as condições cardiorrespiratórias e a circulação periférica.
- Previne a obesidade.
- Previne a osteoporose.
- Melhora a postura, a coordenação motora e o equilíbrio.
- Desenvolve a autoconfiança, a auto-imagem e a socialização (quando os exercícios são feitos em grupo)
- Mantém e promovem a independentização.
Idosos que se exercitam regularmente são mais auto motivados, possuem um maior sentimento de auto-eficácia (DANTAS,1999), diminuem a probabilidade de desenvolverem importantes doenças crônicas, e melhoram os seus níveis de aptidão física e disposição geral (SANTARÉM, 1999).
4. Considerações finais
Existem cada vez mais evidências científicas apontando o efeito benéfico de um estilo de vida ativo na manutenção da capacidade funcional e da autonomia física durante o processo de envelhecimento. Além dos benefícios já citados anteriormente pela atividade aeróbica existem também importantes beefícios do treinamento de força muscular no adulto e na terceira idade.
Segundo dados científicos a participação em um programa de exercício leva à redução de 25% nos casos de doenças cardiovasculares, 10% nos casos de acidente vascular cerebral, doença respiratória crônica e distúrbios mentais. Talvez o mais importante seja o fato que reduz de 30% para 10% o número de indivíduos incapazes de cuidar de si mesmos, além de desempenhar papel fundamental para facilitar à adaptação a aposentadoria.
A atividade física deve ser estimulada não somente no idoso, mas também no adulto, como forma de prevenir e controlar as doenças crônicas não-transmissíveis que aparecem mais freqüentemente durante a terceira idade e como forma de manter a independência funcional.
Pode-se concluir com essa revisão que a prática de regular de atividades físicas, não apenas na juventude, mas ao longo de toda a vida é muito importante. O que não se pode deixar de salientar, é que quase todos os autores consultados relatam que não se pode alterar o processo de envelhecimento humano, mas com um estilo de vida ativo será propiciado uma melhor qualidade de vida a esta população.
A prática de uma atividade física regular, e com orientação de profissionais capacitados, é muito importante para a manutenção da boa saúde para um envelhecimento saudável.
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- ZIMERMAN, Guite I. Velhice: aspectos biopsicossociais. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
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